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Motorista de caminhão diz que não sabia que caçamba estava levantada

Luiz Fernando da Costa disse ainda que trafegava a 85 km/h, acima da velocidade permitida que é de 80 km/h na faixa em que ele estava

Por Fabio Grellet
Atualização:

Luiz Fernando da Costa, motorista do caminhão causador do acidente que matou quatro pessoas na Linha Amarela, na zona norte do Rio, afirmou ao delegado Fábio Asty, da 44ª DP (Inhaúma), que não percebeu o acionamento da caçamba que derrubou a passarela.

"Ele explicou de forma lúcida que pegou o caminhão em Água Santa (zona norte do Rio) e iria para a Rodoviária Novo Rio buscar entulho. Após a altura de Pilares, ele não percebeu que a caçamba tinha levantado. Vamos saber se aquilo foi feito de forma voluntária ou involuntária. Não vislumbramos o objetivo dele de fazer esse movimento. A perícia vai nos dizer se houve algum problema mecânico. O foco da investigação é esse, de que saber se houve um acionamento involuntário", disse Asty.

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O delegado também confirmou que não era permitido o tráfego de caminhões no momento do acidente e que o motorista sabia da proibição. "O motorista tinha conhecimento da proibição e, em razão do pouco tempo que tinha para fazer o trajeto, assumiu o risco e infelizmente houve o acidente", disse o delegado. O inquérito policial foi aberto para apurar as circunstâncias do acidente.

O motorista afirmou ao delegado que trafegava a 85 km/h - acima da velocidade máxima permitida, que é de 80 km/h na faixa em que ele trafegava. Nas outras faixas o limite é de 100 km/h. Cinco pessoas ficaram feridas com o acidente, sendo que duas estão em estado grave.

Mortos. Quatro pessoas morreram no acidente: Adriano Pontes de Oliveira, de 26 anos, caminhava pela passarela no momento do acidente. Ele acabou caindo dentro do rio que separa as duas pistas da via expressa. Morador da Favela do Rato, que fica próxima ao local do acidente, Luis Felipe Silva de Lima, de 20 anos, estava em casa dormindo quando ouviu um estrondo e saiu correndo para tentar resgatar a vítima do rio.

"Vi o rapaz tentando sobreviver. Desci no rio para tentar salvá-lo, mas como não tenho conhecimento de primeiros socorros, não consegui". Os bombeiros demoraram cerca de 30 minutos para chegar, segundo Lima.

Moradores de comunidades às margens da Linha Amarela dizem que esta não foi a primeira vez que um caminhão bate na passarela. Mas a estrutura nunca havia caído. A passarela chegou a ser arrastada por cerca de 50 metros pelo caminhão, que trafegava com a caçamba levantada, segundo testemunhas.

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Celia Maria, de 64 anos, também estava andando pela passarela. Ela mora numa comunidade próxima. Segundo Lima, a mulher morreu ao cair na pista. Já Renato Pereira Soares Júnior estava dirigindo o Palio prata que foi completamente esmagado pela estrutura. O quarto morto foi identificado como Alexandre de Almeida.

Faixas liberadas. Por volta das 16h30 desta terça-feira, 28, foram liberadas duas faixas da Linha Amarela no sentido Barra da Tijuca. A passarela derrubada pelo caminhão foi cortada em três partes e duas já foram retiradas. Uma faixa permanece interditada para remoção do trecho remanescente da passarela. A pista no sentido centro continua interditada.

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