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MP quer impedir que Samarco retome atividades em Mariana

Promotores entraram com ação para barrar tentativa da empresa de retornar a mineração; MP quer comprovação de segurança

Por Leonardo Augusto
Atualização:

BELO HORIZONTE - Um dia depois da visita do ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho (PV), a Mariana para sobrevoo da área atingida pela lama da Samarco, o Ministério Público do Estado de Minas Gerais entrou nesta terça-feira, 17, com ação na Justiça para impedir o retorno do funcionamento da mineradora no município.

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Durante a visita, foi apresentado ao ministro pela prefeitura da cidade documento pela volta da atividade da empresa. Sarney se negou a assinar o termo.

A justificativa foi que não se sentia à vontade para corroborar com o documento já que, durante a passagem pela região, verificou que a lama da Samarco, cerca de seis meses depois da tragédia, ainda continua a poluir o Rio Doce, um dos principais cursos d'água do Estado, atingido pelos rejeitos que vazaram da barragem da mineradora, em 5 de novembro do ano passado.

Na avaliação do Ministério Público, a Samarco só terá condições de retomar a mineração no município depois de comprovar a segurança das estruturas da empresa remanescentes usadas para contenção do rejeito de minério de ferro, para que nova tragédia não ocorra.

Barragem da Samarco se rompeu em novembro do ano passado e lama atingiu o mar na costa do Espírito Santo Foto: Gabriela Biló

Barragem da Samarco se rompeu em novembro do ano passado e lama atingiu o mar na costa do Espírito Santo Barragem da Samarco se rompeu em novembro do ano passado e lama atingiu o mar na costa do Espírito Santo

A ação pede suspensão da mina Alegria e da pilha de estéreis de mesmo nome. As atividades da Samarco em Mariana seguem embargadas pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). Está em andamento, no entanto, pedido feito à pasta pela empresa para retorno das atividades em Mariana.

A Samarco trabalha com a possibilidade de voltar a operar no município até o fim do ano. Segundo o promotor Carlos Eduardo Ferreira Pinto, coordenador da força-tarefa montada pelo Ministério Público para apurar a tragédia em Mariana, "é preciso garantir que qualquer retorno (das atividades da Samarco em Mariana) se dê somente quando a sociedade for informada e tiver garantias de como será a destinação final dos rejeitos".

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Em nota, a Samarco afirmou desconhecer "qualquer pedido do Ministério Público neste sentido".

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