Nas estradas, restaurantes e postos aumentam lucro

Concessionárias, no entanto, dizem que movimento de veículos ainda está dentro do esperado para esta época

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Por Bruno Paes Manso
Atualização:

Transtorno para boa parte dos brasileiros, o caos aéreo tem ajudado empresários que atuam em rodovias brasileiras a aumentar seus lucros. Localizado na Rodovia Régis Bittencourt, que liga a capital paulista à Região Sul do Brasil, o posto Presidente 6, que fica na altura do km 285 da estrada, viu o movimento crescer em cerca de 50% nos últimos dez dias. "Aumentou o consumo principalmente de álcool e gasolina. Nas férias, o movimento já cresce. Mas nesse final de mês cresceu ainda mais", afirma Fábio Edson, que trabalha como caixa no Presidente 6. No turno em que trabalha, de oito horas por dia, ele passou a atender cerca de 100 carros abastecidos com gasolina, sendo que normalmente a média é de 50. O consumo de álcool cresceu ainda mais. Nos cálculos de Edson, multiplicaram-se por quatro. "Só não mudou o consumo do diesel. A crise aérea é ruim para o Brasil, mas a gente aqui no posto não pode reclamar." As estradas ainda não chegam a registrar crescimento importante no tráfego de veículos. A NovaDutra, concessionária que administra Rodovia Presidente Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro, informou que o movimento dos últimos dias permanece dentro da média. A concessionária afirmou que o aumento do número de ônibus levando passageiros entre as duas principais capitais brasileiras não chegou a ser significativo no movimento total da Dutra. Na Régis Bitencourt, a Polícia Rodoviária também não detectou grandes mudanças. A média de 1.100 carros por hora permanece. "Acredito que as pessoas ainda não desistiram de viajar de avião. Talvez mais para frente", afirma o policial rodoviário Celso Rodrigues, inspetor chefe da 4ª Delegacia da Polícia Rodoviária Federal. O público, contudo, na visão do gerente Osmir Buratti, da Churrascaria Prato Cheio, na Régis Bittencourt, mudou. Ele disse que no fim de semana anterior houve aumento de 20% em relação ao movimento normal das férias, que já é mais intenso. "Vieram muitas famílias, gente de Curitiba e do Sul do Brasil que viajava de carro." Segundo Valdecir Gwozdz, que também é gerente da churrascaria, foram 450 rodízios consumidos no sábado e domingo. "O normal são 380." Na tarde de ontem, um consultor de recursos humanos que não quis dar o nome para "não constranger os clientes", almoçava no restaurante antes de seguir para Joinville. "Não pude ir de avião e tive de pagar R$ 579 do aluguel do carro por três dias, fora a gasolina e o cansaço."

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