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No Dia Nacional de Lutas, MTST bloqueia vias pelo País

Trabalhadores sem-teto prometem realizar pelo menos 30 atos em 13 Estados; grupos reivindicam lançamento imediato da terceira fase do Minha Casa Minha Vida, do governo federal, tarifa zero nos transportes públicos e combate à violência policial

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Por Redação
Atualização:

Atualizada às 13h53

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SÃO PAULO - O Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) promete realizar bloqueios de vias em 13 Estados nesta quarta-feira, 18, Dia Nacional de Lutas.

Em São Paulo, durante a manhã, o MTST fechou nove pontos na capital e na Grande São Paulo. Entre as reivindicações estão o lançamento imediato da terceira parte do Programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal, "barrado até o momento pelo ajuste fiscal antipopular - e modificado profundamente em relação às primeiras duas etapas", com maior destinação a famílias de até três salários mínimos e empreendimentos em regiões mais centrais, segundo o MTST. 

Em todo o País, o movimento também pede que "as comunidades e os movimentos sociais sejam tratados como caso de política e não de polícia pelos governos e pelo Judiciário" e que sejam suspensos todos os despejos e a urbanização de todas as áreas ocupadas, além de tarifa zero nos transportes públicos e o efetivo combate da violência policial.

Rio de Janeiro. Cerca de 50 ativistas do MTST e da Frente de Resistência Urbana bloquearam durante cerca de uma hora o trecho final da Rodovia Niterói-Manilha, no sentido da Ponte Rio-Niterói, impedindo o acesso por aquela via ao Rio. Em um ponto a cerca de um quilômetro da ponte, os manifestantes queimaram pneus e interditaram totalmente a pista. Um grande engarrafamento se espalhou da região para Niterói. Agentes da Polícia Rodoviária Federal negociaram com os ativistas o desbloqueio. Em seguida, integrantes do Corpo de Bombeiros apagaram o fogo. Brasília. Centenas de manifestantes protestaram em frente ao prédio do Ministério da Fazenda. Segundo a Polícia Militar, cerca de 300 pessoas participaram do protesto. Segundo a organização do ato, foram mobilizadas cerca de 2 mil famílias do MTST e do MST em todo o Distrito Federal. No início do ato, por volta das 10h30, manifestantes tentaram invadir o prédio do ministério, mas foram impedidos por seguranças. Logo depois, o protesto seguiu pacífico. O ato faz parte de uma mobilização nacional que reúne diversos movimentos sociais. De acordo com um dos líderes da manifestação, Thiago Ávila, o movimento reivindica reforma urbana, ampliação do Minha Casa Minha Vida, calote da dívida e manutenção de benefícios sociais. "A corda está arrebentando para os mais pobres, a população não vai abrir mão desses recursos", disse.

Minas Gerais. O Movimento de Lutas nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) e das Brigadas Populares bloquearam os dois sentidos da Rodovia BR-040, que liga Belo Horizonte a Brasília, pela manhã, e queimaram pneus. A previsão era de que outras vias no entorno da capital, entre elas a MG-010, que liga Belo Horizonte à Cidade Administrativa, sede do governo estadual, fossem fechadas, além de trechos do Anel Rodoviário.  Os manifestantes encerraram negociações com o prefeito de BH, Marcio Lacerda (PSB), alegando intransigência. A assessoria do Chefe do Poder Executivo municipal afirma que não há intransigência e que 2014 a prefeitura avançou na construção de moradias, principalmente dentro do programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal.  Fortaleza. Também pela manhã, o MTST fechou por 40 minutos a BR-116 na altura da entrada de Fortaleza. Um grupo de 120 pessoas saiu da Praça da Imprensa e caminhou até o Palácio da Abolição (sede do governo). A passeata pacífica, segundo a polícia, foi encerrada quando secretários do governador Camilo Santana (PT), que está em Brasília, receberam uma comissão formada por seis pessoas da organização do movimento. Segundo o coordenador do MTST no Ceará, Róger Medeiros, a principal reivindicação é a entrega de 400 casas do Minha Casa Minha Vida no Ceará. O grupo reivindica ainda controle social de aluguéis e denuncia especulação imobiliária no programa federal de moradia popular e violência policial em vilas e favelas. Salvador. Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto da Bahia (MSTB), de comunidades quilombolas do Estado, do Movimento Passe Livre e representantes de bairros populares de Salvador estão acampados, desde a manhã desta quarta-feira, no estacionamento da Secretaria de Educação, no Centro Administrativo da Bahia (CAB). Cerca de mil pessoas participam da mobilização. Os manifestantes, autointitulados Frente de Resistência Urbana, começaram a chegar ao local às 9 horas. Com diversas reivindicações, da revitalização do Centro Histórico de Salvador a melhorias no Programa Minha Casa, Minha Vida, eles planejam fazer uma caminhada, na tarde de hoje, pela Avenida Paralela - a mais movimentada de Salvador -, até o prédio da Governadoria, também no CAB, a cerca de 500 metros de distância. "Vamos solicitar uma audiência com o governador para apresentar nossas reivindicações", diz o coordenador do MSTB, Pedro Cardoso. Paraíba. A Avenida Epitácio Pessoa, a de maior circulação de João Pessoa, foi fechada nos dois sentidos por grupos do Movimento Popular Terra Livre, em frente ao Ministério da Fazenda, nesta manhã. Com faixas, eles ficaram no local por quase duas horas, período em que também queimaram lixo. Os manifestantes distribuíram um carta no local do ato público em que afirmaram que "estão levando reivindicações verdadeiras da classe trabalhadora, daqueles que não vão deixar as ruas enquanto não tiverem um teto para dormir". Curitiba. Manifestação do Movimento Popular por Moradia (MPM) paralisou no início da manhã os dois  sentidos do Contorno Sul, na Rodovia BR-376. Parte do grupo ateou foto em pneus e somente os veículos de emergência conseguiram trafegar no local.

 Foto: Infográfico/Estadão

Com Carmen Pompeu, Janaína Araújo, Julio Cesar Lima e Leonardo Augusto, especiais para o Estado, e Tiago Décimo, do Estado de S. Paulo

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