PORTO ALEGRE E NATAL - Em dois Estados que recentemente ganharam o reforço da Força Nacional não se notou redução da criminalidade – pelo contrário. Em Natal, a presença da Força Nacional, que se resume à Natal e região metropolitana, não impediu a escalada da violência. Somente no ano passado, de acordo com dados da Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania (Sejuc), pelo menos 372 presos conseguiram fugir das carceragens potiguares, incluindo aquelas que receberam o reforço de agentes da Força Nacional. Nas ruas, o número de homicídios cresceu, com quase um terço das vítimas egressas das penitenciárias e ligadas ao tráfico de drogas.
Além do reforço no policiamento nas ruas, outros 23 agentes da Polícia Judiciária e seis peritos criminais integrantes da Força Nacional foram destacados para o estado potiguar com o intuito de investigar a elevação do número de homicídios. Até a terça-feira, 2, 828 pessoas tinham sido assassinadas no estado. O número é 28,3% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado.
Em Porto Alegre, a Força Nacional está atuando desde agosto de 2016, quando desembarcaram na capital gaúcha 120 agentes. O estopim para que o governo do RS solicitasse apoio da tropa foi o assassinato de uma mãe que esperava o filho em frente à escola, durante uma tentativa de assalto. Na ocasião, o então secretário de Segurança Pública do Estado, Wantuir Jacini, deixou o cargo, forçado por uma série de críticas durante uma severa crise de violência.
Mesmo assim, os índices de homicídios vêm crescendo no Estado. Porto Alegre é cenário para um crescente de roubos de veículos, latrocínios e guerra entre quadrilhas na disputa pelo tráfico de drogas. Esses conflitos são marcados por esquartejamentos de desafetos pelas ruas da zona norte e vítimas inocentes de balas perdidas.