'Nossa campanha continua', afirma jornalista que criou #EuNãoMereçoSerEstuprada

Declaração foi dada após Ipea corrigir dado de pesquisa sobre abuso contra mulheres

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Por Marina Azaredo
Atualização:

SÃO PAULO - Após o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) ter informado nesta sexta-feira, 4, que houve um erro na pesquisa divulgada no dia 27 de março que trazia a informação de que 65% dos brasileiros concordavam que mulheres com roupas curtas mereciam ser estupradas, a jornalista Nana Queiroz, de 28 anos, criadora do movimento #EuNãoMereçoSerEstuprada, afirmou que a campanha não entra em crise. "Quem entra em crise é o Ipea", disse. Na correção, o Ipea afirmou que 26% concordavam com a afirmação - não 65%.

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Nana se pronunciou após ser informada pelo Estado do erro. "Mesmo assim, 26% ainda é um número muito alto. A nossa campanha continua", afirmou Nana, que estava em reunião com a Polícia Federal na hora em que foi avisada. A PF se comprometeu a investigar as ameaças recebidas pelas mulheres que participaram da campanha.

"Eu acho que esse foi, talvez, o caso da história recente do Brasil em que mais vale a expressão 'há males que vêm para o bem', porque esse dado dos 65% deu força a um movimento que mostrou que as mulheres do Brasil têm uma capacidade de articulação tremenda, entre várias classes sociais e idades diferentes", opinou Nana.

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