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Número de homicídios em São Paulo caiu nos últimos 5 anos

Maiores responsáveis por essa diminuição seriam medidas como lei seca, polícias municipais armadas e escolas abertas nos finais de semana

Por Agencia Estado
Atualização:

São Paulo é o único Estado brasileiro onde o número de homicídios cai constantemente nos últimos cinco anos. Ainda assim, é responsável por 27% dos assassinatos do País. O Mapa da Violência por municípios, lançado pela Organização dos Estados Ibero-Americanos, mostra que 71 das cidades paulistas estão entre as com maiores taxas de homicídios em geral. No ranking das mortes de jovens de 15 a 24 anos estão 85 cidades do Estado. Nos dois casos, é na grande São Paulo e no litoral onde a situação é mais grave. A campeã da violência no Estado é a litorânea São Sebastião. A 200 quilômetros da capital, a cidade é a 28ª. no ranking nacional de mortes em geral, com uma taxa de 76,9 mortes por 100 mil habitantes. Mas se destaca na mortalidade de jovens: é a 11ª do País, com uma taxa de 166,4 por 100 mil. Outros lugares de veraneio, como Bertioga e Guarujá, também estão entre as mais violentas do Estado. Ao todo, São Paulo tem 11% dos seus 645 municípios entre os mais violentos do País. Na violência contra os jovens, são 13,5%. Índices que podem ser altos, mas ainda são bem inferiores a Estados como Rio de Janeiro, Pernambuco e Mato Grosso, com mais de 45% das suas cidades na lista. Hoje o Estado é o 10º no ranking de violência, com uma taxa de 28,6 mortes por 100 mil habitantes. Entre 1993 e 2003, a região da baixada Santista foi a que teve o segundo maior crescimento das taxas de mortalidade no Estado, uma variação de 104% no período. Maior que esta, apenas a região metropolitana de Campinas, onde as mortes aumentaram 119% no período. No entanto, no assassinato de jovens a região litorânea vence. Houve um aumento de 211,3% na morte de pessoas entre 15 e 24 anos na região, a maior de todo o Estado. O autor do estudo Mapa da Violência, Julio Jacobo Waiselfizs, porém, vê esperanças na situação de São Paulo. Num estudo feito especificamente sobre o Estado, o pesquisador aponta que o ciclo de crescimento maior da violência em São Paulo parece ter começado a regredir a partir de 1999. Entre 1993 e 1999, as taxas de aumento dos assassinatos no Estado chegavam a cerca de 8% ao ano. Na baixada santista e na região de Campinas, as maiores, alcançavam quase 15% e 12,5% ao ano. Entre 1999 e 2003, começaram a cair, em média, 5% ao ano. Na baixa santista, menos 7,8% no período. Na capital, menos 6,7%, e na grande São Paulo, menos 3,6%. Apenas no interior do Estado os assassinatos continuaram aumentando, o que confirma o que Waiselfizs chama de "interiorização da violência" e que vem ocorrendo em quase todo o País. Mas o Estado também parece ter testado, de acordo com o pesquisador, boas idéias para tentar reverter o aumento da violência. "Decidimos analisar essa queda porque não nos parecia que São Paulo tivesse adotado nenhuma medida do tipo ´tolerância zero´", contou Waiselfizs. "Quando analisamos, o que nos demos conta é que um dos fatores mais importantes foi a mobilização municipal." A criação do Fórum Metropolitano de Segurança Pública, organizado por algumas prefeituras, afirma, implantou algumas medidas - lei seca, polícias municipais armadas, escolas abertas nos finais de semana - que contribuíram para a redução da mortalidade, especialmente na área litorânea e na região metropolitana da capital.

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