Ouvidora da Anac relata 'tensão' em reuniões de diretores

Segundo ouvidora, cobranças eram tantas durante reuniões que, por vezes, havia cenas de humilhações públicas

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Por Eugênia Lopes
Atualização:

Em depoimento à CPI do Apagão Aéreo da Câmara, a ouvidora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Alayde Avelar Freire Sant'Anna, afirmou que nas reuniões de Colegiado de Diretores da Anac as cobranças eram tantas que, por vezes, havia cenas de humilhações públicas. "Eram reuniões tensas. Alguns de nós fomos humilhados em algumas ocasiões", revelou. Ela negou que tenha tido algum entrevero mais forte com a ex-diretora da agência Denise Abreu, que renunciou ao cargo duas semanas atrás. "Jamais deixaria ela me humilhar", afirmou a ouvidora, que é filha do ex-ministro Carlos Sant'Anna, que trabalhou no governo do ex-presidente José Sarney. Durante o depoimento, a ouvidora apresentou à CPI um relatório com críticas ao trabalho da agência, além de apontar que as mazelas no setor da aviação civil são antigas e datam da época em que a área era regulada pelo extinto Departamento de Aviação Civil (DAC), comandado por militares. O relatório foi censurado pela diretoria da Anac. "Pus o relatório no site da Anac, mas o tiraram da página da agência. É uma forma de censura, mas não fui pressionada", reclamou Alayde Sant'Anna. "Me parece equivocado esse comportamento da direção da Anac de querer esconder o relatório", disse o relator da CPI do Apagão, deputado Marco Maia (PT-RS). No relatório, a ouvidora escreveu que as reuniões acontecem "em clima tenso agravado por conflitos entre opiniões dos participantes, sem uma dinâmica organizada por uma metodologia capaz de garantir seu desenvolvimento eficaz".

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