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PAC teve papel relativo no voto em Dilma no Rio

Por Felipe Werneck e Marcelo Auler
Atualização:

A petista Dilma Rousseff venceu a eleição em favelas do Rio com cerca de 53% dos votos. O resultado foi parecido em áreas que receberam obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) ou Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e em favelas não beneficiadas pelos dois projetos. Dilma teve, em média, quatro vezes a quantidade de votos do tucano José Serra, que obteve em torno de 12% nas seis favelas selecionadas (duas com PAC, duas com UPPs e duas sem). Já Marina Silva (PV) alcançou cerca de 22%. A votação em Dilma nessas áreas ficou em faixa próxima à do presidente Lula no primeiro turno de 2006, com pequena vantagem para ela. Naquele ano, Lula teve média de 50% nas seis favelas e agora Dilma atingiu média de 53%. O porcentual mais alto, 57,6%, ela conquistou nas 33 seções eleitorais de Manguinhos, onde há obras do PAC. Já na Mangueira, que não tem PAC nem UPP, a petista recebeu 56,3% dos votos. Em cinco das seis favelas, a votação de Serra este ano foi mais baixa que a de Heloísa Helena (PSOL) em 2006. "É surpreendente que principalmente o PAC não tenha resultado em diferenciação forte pró-Dilma. Ela foi lá, era a "mãe do PAC", coordenava o programa. Era esperado que tivesse votação bem superior à de comunidades que não foram beneficiadas", diz o cientista político Jairo Nicolau, acrescentado que existe o fator "efeito demonstração" das obras em outras favelas. Para o cientista político, a dificuldade de Serra em áreas pobres do Rio é conhecida e a votação de Marina nessas áreas "impressiona". "Os números mostram uma votação fortíssima."

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