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Pai de estudante morta apela por família de Alana Ezequiel

Carlos Santiago Ribeiro pediu ao governador Sérgio Cabral Filho que ajude a remover a família da menina do morro dos Macacos, na zona norte do Rio

Por Agencia Estado
Atualização:

O pai da estudante Gabriela Prado Maia, morta há quatro anos por bala perdida na Tijuca, Carlos Santiago Ribeiro, fez neste domingo, 15, um apelo ao governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) para que ajude a remover a família da menina Alana Ezequiel do morro dos Macacos, na zona norte do Rio. Alana morreu há um mês, durante um tiroteio entre policiais e traficantes. Na sexta-feira, 13, o tio da estudante, o office-boy Helio José da Silva, de 25 anos, foi assassinado com dois tiros na nuca na mesma favela. "Vão acontecer coisas piores com essa família se o governo não removê-los de lá. Como eles vão continuar em cima do morro, eles se expuseram demais", disse Ribeiro, após acompanhar o enterro do office-boy, na tarde deste domingo, no cemitério do Caju, na zona portuária do Rio. Investigação Uma das linhas de investigação da 20ª Delegacia de Polícia (Vila Isabel), na zona norte, é a de que Silva, revoltado com a morte da sobrinha, teria se transformado num informante da polícia e assassinado por traficantes do próprio morro. Para a irmã do jovem assassinado e mãe da menina Alana, a dona-de-casa Edna Ezequiel, Silva foi morto por engano por traficantes do morro São João, que disputam território com os do Morro dos Macacos. "Destruíram a minha família. Não tenho mais lágrimas para chorar, estou muito revoltada, não tenho condições nem forças para trabalhar", disse ela. Já o vigilante José de Assis, outro dos 20 irmãos de Silva, insinuou, no sábado, que o jovem teria sido morto por policiais. "Uns dez homens mascarados e vestidos de preto invadiram o morro no meio da tarde. Quem anda mascarado é a polícia. Eu conheço vagabundo. Eles não andam de máscara e sabem quem é quem na favela, não matariam por engano", disse Assis, minutos antes do enterro. Enterro O enterro foi pago pela empresa de segurança eletrônica em que Silva trabalhava. Segundo o diretor Nelson Fernando, ele era funcionário havia dez anos e tinha a confiança dos patrões: "Ele ia ao banco, recebia pela gente e nunca sumiu um centavo, era totalmente de confiança, ficava com a chave do escritório", afirmou. Cerca de 50 pessoas, trazidas em dois ônibus, acompanharam o cortejo. Muitas delas, taparam o rosto com camisetas para não serem filmadas e hostilizaram os fotógrafos e cinegrafistas. Justificavam-se afirmando que trabalhavam fora da favela, em áreas dominadas pelos "alemães" (inimigos). A mãe de Silva e Edna, Maria de Fátima Ezequiel, muito abalada, não acompanhou o enterro. Ela tem 49 anos e sofre de problema cardíaco.

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