Parentes de vítimas de desabamento no Rio têm material recolhido para DNA

Polícia Civil vai usar conteúdo para tentar identificar corpos; escombros serão analisados

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Por Júlia Dias Carneiro
Atualização:

SÃO PAULO - Familiares de vítimas do desabamento no Rio que continuam desaparecidas tiveram amostras de tecido colhidas para a realização de exames de DNA, afirmou nesta segunda-feira, 30, o comandante do Corpo de Bombeiros e secretário Estadual de Defesa Civil, Sérgio Simões. O material foi coletado pela Polícia Civil, que vai dar sequência a exames comparando o material genético dos familiares aos dos restos mortais encontrados nos escombros e dos corpos que não puderam ser identificados pelas digitais ou pela arcada dentária. "Nós continuamos com as buscas por corpos, tanto no local do desabamento quanto na área do despacho dos escombros", afirmou o coronel Sérgio Simões nesta segunda-feira à BBC Brasil. "Vamos continuar até ter convicções de que os corpos não estão lá." De acordo com a Polícia Civil, os resultados de exames de DNA costumam levar 30 dias para ficarem prontos, mas nesse caso, mais tempo pode ser necessário, devido ao volume de exames. Dezessete corpos foram encontrados até agora nos escombros após o desabamento de três prédios no centro do Rio, na noite da última quarta-feira. Cinco deles não foram identificados, e outras cinco pessoas continuam desaparecidas. A Avenida Treze de Maio, onde os três prédios desabaram, foi aberta nesta segunda-feira após permanecer interditada nos dias após o acidente. Continuam interditados dois prédios que foram afetados pelo acidente: o edifício à Rua Almirante Barroso 6, cuja lateral ficou parcialmente destruída, e a bilheteria do Teatro Municipal, atingida pelos escombros. Apuração e indenização. Peritos do Instituto Criminalístico Carlos Eboli (ICCE), da Polícia Civil, aguardam o aval do Corpo dos Bombeiros para iniciar a análise dos escombros. Eles farão a perícia para apurar as causas do acidente. Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil, os peritos vêm acompanhando os trabalhos dos bombeiros desde a noite do acidente, mas só iniciarão a análise do material depois, quando os bombeiros encerrarem as buscas por corpos. Enquanto os responsáveis pelos desabamentos não forem apontado, as famílias das vítimas não podem pleitear indenizações na Justiça, afirma o procurador-geral da Ordem dos Advogados do Brasil do Rio (OAB-RJ), Ronaldo Cramer. No domingo, ele afirmou que as famílias podem pedir indenizações por danos morais, mas ressaltou que "essas ações só podem existir a partir do momento em que houver um réu".

 

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