Pastor usa desculpa de 'maldição' para estuprar menina de 12 anos

Homem teria dito à criança que ela precisaria se relacionar com 'um homem de Deus, que fosse casado, no mínimo sete vezes' para quebrar feitiço

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Por Aline Torres
Atualização:
Crime aconteceu em Campos Novos, no oeste de Santa Catarina Foto: Google Street View

FLORIANÓPOLIS - Acusado de estuprar uma menina de 12 anos, o pastor Paulo Ross, de 47 anos, líder religioso da Igreja Mundial do Novo Nascimento em Cristo, em Campos Novos, cidade de 33 mil habitantes no Oeste Catarinense, foi preso na noite de quinta-feira, 6. 

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De acordo com as investigações, o pastor convenceu a adolescente de que ela estava enfeitiçada e que, para quebrar a maldição, precisaria se relacionar com "um homem de Deus, que fosse casado, no mínimo sete vezes". Ele ainda advertiu que a quebra do feitiço era um segredo e que se contasse para alguém a maldição ficaria mais forte e ela morreria.

De acordo com a vítima, os abusos ocorreram entre junho e julho de 2016. Somente em fevereiro desse ano, após depressão, ela contou à família.

Sua mãe levou o caso para o delegado Luis Eduardo Machado Córdova. A mulher também denunciou que outras duas amigas de sua filha, de 15 e 16 anos, estavam sendo assediadas pelo pastor.

Córdova encontrou no telefone das duas adolescentes mensagens semelhantes, enviadas pelo pastor. "Para quebrar o feitiço é preciso se relacionar com um homem de fé, abençoado e casado". O pastor ainda escreveu que essa seria a "única forma de vencer o mal" e que "essa era a ordem de Deus" e, portanto, elas "não tinham escolha".

Com base nessas provas, Paulo Ross foi preso temporariamente na unidade prisional da cidade. Ele é casado e tem filhos.

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