PUBLICIDADE

Perito diz que garota não foi morta com tiro à queima-roupa

Por Eduardo Reina
Atualização:

O tiro dado por Lindemberg Alves na cabeça de Eloá Cristina, no início da noite de sexta-feira, não foi à queima-roupa, mas a uma distância entre 1 e 2 metros, segundo exames preliminares do Instituto de Criminalística (IC) de Santo André. Os peritos dizem ainda que o escudo utilizado pela equipe do Gate na invasão do imóvel pode até não ter sido alvejado por um tiro de revólver 32 que o acusado manejava. A pequena perfuração pode ter sido causada no repique de uma bala de borracha usada pelos próprios agentes. Cobertura online e especial do caso Para que o tiro na cabeça de Eloá fosse à queima-roupa, o revólver precisaria estar encostado na garota e teria deixado algumas marcas na pele. "A distância média que Lindemberg estava das meninas gira em torno de 1 metro e pouco até no máximo 2 metros. Mas a trajetória das balas só poderá ser definida com base na posição de cada um na sala. E isso só acontecerá após ouvir todos os depoimentos e depois fazer a reconstituição", disse um policial. Sobre o tiro disparado contra os policiais militares, que acertou o escudo, várias dúvidas ainda persistem, e só deverão ser sanadas com exames de balística em laboratório. O policial contou que um exame inicial no equipamento não detectou marca de tiro do revólver. "Há muita especulação, até sobre esse tiro no escudo, que poderia ser uma marca do balote do próprio policial refletido, mas esse tiro é de borracha. No laboratório conseguiremos ver se há marca de pólvora", relatou. Para os peritos, toda a história está "muita vaga". De acordo com o diretor do IC de Santo André, Nelson Gonçalves, seria ideal que Nayara, refém por duas vezes de Alves, participasse da encenação. Nayara afirma que Alves só montou a barricada na porta do apartamento minutos antes da invasão do Gate. Policiais civis cogitam a possibilidade de os PMs terem confundido o arrastar dos móveis ou o choque da mesa contra a porta, relatado pela jovem em seu depoimento, com um disparo. COLABOROU BRUNO TAVARES

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.