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PM do Rio abre inquérito para investigar traficante libertado

Para comandante da PM, há contradições no depoimentos dos policiais

Por Agencia Estado
Atualização:

O comando da Polícia Militar do Rio instaurou nesta terça-feira, 24, um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar a responsabilidade de 11 policiais militares na liberação de um suspeito de participar do conflito armado entre traficantes no Morro da Mineira, no Centro, na semana passada. Thiago de Melo Castro, o Thiaguinho, de 23 anos, apontado como o líder da tentativa de invasão da favela, foi detido por PMs junto com outros seis suspeitos escondidos no Cemitério São Francisco de Paula, no Catumbi, que teve as atividades prejudicadas pelo intenso tiroteio. No entanto, o rapaz foi liberado na delegacia porque não tinha antecedentes criminais. Segundo o comandante da PM, coronel Ubiratan Ângelo, houve contradição no depoimento dos policiais à corregedoria da corporação. Os dois tenentes e nove praças que atuaram na prisão já cumpriram 72 horas de prisão administrativa e foram afastados do trabalho de rotina nas ruas até o fim da investigação interna. A PM apura se os policiais colaboraram para que Thiago fosse liberado ao não relatar no registro de ocorrência feito na delegacia as circunstâncias da prisão e as suspeitas em torno dele. No documento, os PMs disseram apenas que o rapaz fora detido nas cercanias em atitude suspeita para averiguação. Como tem ficha criminal limpa, Thiago foi solto após a consulta. "A contradição entre os depoimentos que eles prestaram faz com que a gente precise aprofundar as investigações", afirmou o coronel Ângelo. O comandante não quis dar detalhes sobre o inquérito e não informou se há evidências de que os PMs receberam dinheiro para amenizar as evidências contra Thiago. Se for comprovada a responsabilidade dos policiais no episódio, eles poderão até ser expulsos da PM. Segundo Ângelo, somente este ano, 58 PMs foram excluídos da corporação.

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