BRASÍLIA - Partidos que fizeram acordo para aprovar a redução da maioridade penal, PMDB e PSDB conseguiram reverter apenas quatro votos de deputados que contrariaram a orientação de seus líderes.
Ao longo do dia, líderes partidários favoráveis à redução da maioridade penal trabalharam para reverter votos contrários em suas bancadas que, na madrugada desta quarta-feira, 1º, ajudaram a derrotar a primeira proposta. O texto substitutivo votado na sessão iniciada na noite de terça-feira precisava de 308 votos por se tratar de Proposta de Emenda à Constituição (PEC). No entanto, foram apenas 303 votos.
Já na votação da proposta alternativa, mais branda, na madrugada desta quinta, foram 323 votos a favor, 115 contra, duas abstenções e quatro obstruções.
Se no primeiro dia de votação o PMDB teve 17 traidores e o PSDB, cinco, na de hoje, foram 15 traidores peemedebistas e três tucanos. Cacique peemedebista, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), era um dos principais fiadores da redução da maioridade. Os líderes alegaram posição ideológica de seus parlamentares para justificar as defecções. Leonardo Picciani (RJ), líder do PMDB, contabilizava na tarde desta quarta a reversão de sete votos. Conseguiu mudar a opinião de apenas dois de seus comandados.
No PT, principal opositor da redução, também houve uma traição. Trata-se de Weliton Prado (MG), que nas últimas votações importantes na Câmara tem votado contra a orientação de seu partido. Ele votou favorável aos dois textos apreciados pela Câmara.