Polícia prende suspeito de matar indígena em Santa Catarina

Acusado confessou o crime que, segundo a polícia, foi cometido por motivo fútil, porque a vítima teria mexido com o cachorro do indiciado

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Por Redação
Atualização:

SÃO PAULO - A Polícia Civil de Santa Catarina prendeu na manhã desta sexta-feira, 12, em Gaspar, no Vale do Itajaí, um rapaz de 22 anos suspeito de matar o indígena Marcondes Namblá, de 38 anos. O índio foi agredido a pauladas até a morte na madrugada do dia 1º, no balneário de Penha, litoral norte do Estado. Gilmar César de Lima confessou o crime que, segundo a polícia, foi cometido por motivo fútil.

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Após o cumprimento de oito mandados de busca e apreensão, Lima foi preso na casa de uma irmã. No interrogatório, ele admitiu ser o autor do crime e alegou que a vítima havia mexido com o seu cachorro. O motivo fútil era a linha traçada pela investigação. O suspeito tinha um mandado de prisão aberto por tentativa de homicídio ocorrido em Gaspar.

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O indígena era professor formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e era identificado como uma das lideranças de sua comunidade, com importante atuação pela preservação da língua Laklãnõ-Xokleng, de sua etnia. Uma câmera de monitoramento filmou a agressão, em que o suspeito aborda Namblá portando um pedaço de madeira. Eles conversam rapidamente e, sem esboçar qualquer reação, o índio recebe um golpe na cabeça.

Os golpes continuam mesmo com Marcondes caído ao chão. Em seguida, o homem se afasta, mas ao perceber que a vítima está viva e tenta se levantar, ele volta e o golpeia novamente. Encontrado desacordado e com suspeita de traumatismo craniano, o índio foi levado pelo Corpo de Bombeiros para o Hospital Marieta Konder Bornhaunsen, em Itajaí, mas não resistiu.

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Intolerância. A morte de Namblá e a revolta provocada pela divulgação das imagens levou várias entidades a cobrar agilidade nas investigações. Para o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), o crime teve relação com intolerância étnica.

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Em nota, o Cimi Regional Sul manifestou indignação com o assassinato. "O Cimi Sul vem alertando, ao longo dos últimos anos, sobre a onda de intolerância contra indígenas no litoral de Santa Catarina, especialmente manifestada por autoridades municipais que não aceitam o fato de os indígenas frequentarem as praias."

Com informações da Agência Brasil

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