Polícia procura quinto suspeito na morte de garoto no Rio

Carlos Eduardo Toledo Lima, 18 anos, o único dos suspeitos da morte do menino João Hélio que ainda não foi preso, está em liberdade condicional por roubo e furto

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

A polícia do Rio está à procura do quinto suspeito da morte brutal de João Hélio Fernandes, de 6 anos, que ficou preso ao cinto de segurança e foi arrastado por sete quilômetros, durante o assalto ao carro dirigido por sua mãe, na noite de quarta-feira. O delegado Hércules Nascimento, da 30ªDP (Marechal Hermes) acredita que o bandido seja o chefe da quadrilha. A polícia está convicta de que todos os quatro presos - os dois que ocuparam o carro e outros que deram cobertura, em outro veículo - participaram da ação. Dos cinco suspeitos, resta prender Carlos Eduardo Toledo Lima, de 18 anos, que está em liberdade condicional pelos crimes de roubo e furto. Como o mandado de prisão já foi expedido, ele é considerado foragido. "Pelo depoimento dos quatro, podemos concluir que todos sabiam do roubo. Sabiam exatamente o que estavam fazendo", disse o delegado , Adilson Palácio, também da 30ª DP. Ele revelou que a partilha do roubo já havia sido combinada. "O Tiago (Abreu Matos, de 19 anos) se beneficiaria das rodas do carro e o Diego (Nascimento Silva, de 18 anos) seria o responsável pelo desmonte", declarou o delegado. Tiago foi detido na quinta-feira, mas como não foi reconhecido, foi liberado horas depois. Na ocasião, chegou a dizer que foi chamado por Diego para participar do roubo, mas não aceitou a proposta. Na noite de sexta-feira, porém, ele foi detido no sótão de uma casa em Guadalupe, no subúrbio do Rio, pois seria o motorista do táxi que deu cobertura aos três assaltantes. No mesmo veículo, estaria Carlos Roberto da Silva, de 21 anos, que já está preso, junto com Tiago, na 30ª DP. Diego foi levado para a Polinter e o menor, encaminhado para uma instituição para menores infratores, na Ilha do Governador. Segundo o delegado, Tiago contou em depoimento que está sendo ameaçado por Carlos Eduardo, que é irmão do menor que participou do roubo. Ele alegou que teria sido forçado por Diego a levar o bando, de táxi, ao local do assalto. Antes, porém, passaram para pegar Carlos Eduardo, em um lugar não revelado. Para a polícia, a quadrilha comandada por Carlos Eduardo atuava na região há algum tempo. "O Diego já foi, inclusive, reconhecido por uma vítima de assalto cometido em Realengo", afirmou o delegado Nascimento, que considera o assaltante como o mais frio de todos. Durante o depoimento, uma testemunha revelou que ao ser alertar o bandido sobre a presença de João do lado de fora do carro, durante a fuga dos assaltantes, teria ouvido de Diego: "Isso é um boneco de Judas". As três pessoas que praticaram o assalto e levaram o Corsa de Rosa Cristina Fernandes Vieites, mãe de João, vão responder por crime de roubo seguido de morte, que tem pena de 20 a 30 anos de prisão, além de formação de quadrilha. Já os outros dois, suspeitos de dar cobertura à ação, vão responder por formação de quadrilha e roubo. Nascimento acredita que o depoimento da mãe e da irmã de João vai ser decisivo para se saber qual a participação de cada integrante no roubo. "Vamos verificar, na semana que vem, se elas já estão em condições de ser ouvidas. Precisamos respeitar o momento", afirmou, acrescentando que espera concluir o inquérito em, no máximo, duas semanas.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.