Policial da máfia dos caça-níqueis tem habeas-corpus negado

Jorge Luiz Fernandes é acusado de quadrilha, contrabando e teria recebido R$ 1 mi para matar líder rival

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Por Solange Spigliatti
Atualização:

O pedido de habeas-corpus feito pelo policial civil Jorge Luiz Fernandes, preso na Operação Caça-Níqueis da Polícia Federal, foi negado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Fernandes é acusado de formação de quadrilha, contrabando e teria recebido R$ 1 milhão para prender o líder de uma quadrilha rival da que foi presa durante a operação. No pedido de habeas-corpus entregue ao STJ, a defesa de Jorge Luiz Fernandes, conhecido como Jorginho, pedia a revogação de sua prisão preventiva, alegando que os indícios de autoria seriam insuficientes e que a prisão teria por base apenas escutas telefônicas. Já o relator do caso, ministro Paulo Gallotti, considerou que a prisão preventiva de Jorge Luiz é justificável e afirmou que o acusado pode comprometer o andamento das investigações caso fique em liberdade. Para o ministro, a prisão se fundamentou em fortes indícios de crimes, e não apenas em escutas telefônicas. Segundo o Ministério Público Federal (MPF) o inspetor de polícia civil ostentaria um patrimônio injustificado, compondo um grupo poderoso no âmbito interno da Polícia Civil do Rio de Janeiro, chamado de Grupo dos Inhos, que seria o "braço público" da organização criminosa. Fernandes também foi acusado de realizar contrabando de máquinas caça-níqueis e oferecer proteção às atividades ilegais. O policial também teria recebido R$ 1 milhão para prender Fernando Iggnácio, líder de quadrilha rival. Após a operação da PF, o MPF pediu o indiciamento de 43 pessoas ligadas ao esquema que explorava o jogo ilegal no Rio de Janeiro.

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