Nesta sexta-feira ocorre o evento que mais movimenta o comércio eletrônico brasileiro no ano, a Black Friday 2014. A expectativa é superar R$ 1 bilhão em vendas pela internet em 24 horas. Com tanta oferta, o consumidor deve ficar atento para que o sonho de adquirir um produto não se transforme em problema.
Para os organizadores, o Black Friday chega em sua quinta edição no País com lojistas e consumidores mais preparados. No ano passado, a promoção conseguiu amenizar as queixas que levaram o dia a ficar conhecido em 2012 como “Black Fraude”, em razão de casos de “maquiagem” de descontos, entre outros problemas.
Criador do site blackfriday.com.br, que reunirá ofertas no dia do evento, Pedro Eugênio diz que o planejamento melhorou. “O e-commerce tem esse planejamento cada vez melhor e mais antecipado para oferecer um produto com desconto e uma experiência legal ao consumidor. As empresas estão amadurecendo para dar conta dessa quantidade de acessos”, disse.
Do lado do consumidor, também há amadurecimento. Segundo Eugênio, parte das reclamações em edições anteriores era feita contra falsos descontos de produtos que não faziam parte do evento. “Muitos consumidores tinham a sensação de que a Black Friday era na loja inteira. Quando a gente ia ver, esse produto não estava no evento”, afirmou.
Site falso. Pior do que ser enganado com o valor é não receber a mercadoria, como ocorreu com a auxiliar de escritório Maria Del Carmen Lamas, de 57 anos. Com a ajuda da filha, comprou uma geladeira em um site indicado pelo Bonfaro.com. O valor, R$ 540, foi pago à vista. Como não entregaram o refrigerador no prazo, Maria ligou para o telefone indicado, sem sucesso. “Duas semanas depois, o site desapareceu”, lamenta.
Para evitar problemas, apertou-se neste ano o monitoramento para tentar identificar falsos abatimentos de preços. Órgãos de defesa do consumidor, sites e aplicativos colhem dados para atestar descontos e orientar quem pretende antecipar as compras de Natal ou só gastar menos.
Entre as dicas está a pesquisa antecipada. “A primeira orientação é que o consumidor desde já acesse os principais sites, verifique o valor do produto que pretende comprar para saber se a promoção corresponde com o que é anunciado”, disse a assessora executiva da Fundação Procon-SP, Andrea Arantes. Ela informou que a instituição está monitorando sites com essa finalidade há dois meses.
Além de órgãos de defesa do consumidor, iniciativas autônomas também tentam facilitar a vida de quem vai comprar na sexta-feira. Esse é o caso do programa “Baixou Agora”, que identifica a variação dos preços em gráficos e aponta as melhores oportunidades.
“A gente tem um histórico de Black Fridays, onde vários lojistas aumentavam os preços antes para no dia dizer que deu um grande desconto. Como a gente monitora esses preços todos os dias, a gente vai mostrar determinado produto está realmente com o desconto que o lojista está falando”, disse Patrick Flores, cofundador do programa, que conta com a adesão de mais de 1 milhão de usuários.
O site Zoom também oferecerá serviço aos compradores no dia das promoções, pondo “selos” em produtos que realmente estiverem com descontos “agressivos”. “Teremos o selo porque é uma maneira fácil e rápida de o usuário identificar o produto”, disse Thiago Flores, diretor executivo da loja.