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Prefeitura derruba 14 casas em área da manancial em SP

Obras não concluídas no entorno da Billings estavam em área de proteção

Por Agencia Estado
Atualização:

A Subprefeitura de Cidade Ademar demoliu pelo menos 14 casas em construção em uma área de proteção permanente no entorno da Represa Billings, zona sul de São Paulo. As demolições foram feitas na segunda-feira, 16, e duas outras casas ainda serão demolidas, na primeira ação em parceria com a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente com o objetivo de impedir novas construções em áreas de mananciais. A operação surpreendeu os moradores da região no início da manhã de segunda, quando caminhões, tratores e viaturas da Guarda Civil Metropolitana chegaram ao local para realizar as demolições. Segundo o subprefeito, Beto Mendes, uma casa construída em terreno irregular pode ser demolida pelas autoridades antes que alguém passe a habitá-la. Depois disso, é preciso intimar o morador a mostrar os documentos do imóvel antes de iniciar o procedimento. Como a área em questão é de proteção ambiental, as famílias não serão indenizadas. Enquanto o trator derrubava paredes morro acima, Nilson Queiroz dos Santos, de 20 anos, observava tudo ao lado da casa que começou a construir há mais de um ano. "Paguei mais de R$ 1.000 pelo terreno"´, disse Nilson. Segundo ele, um homem chamado Erivaldo vendeu o lote, que hoje conta com paredes, divisórias e um teto. A família já está morando no local e por isso a obra foi poupada da ação dos tratores. O pedreiro Wagner Aparecido dos Santos não teve a mesma sorte. "Fui trabalhar em Alphaville e, quando eu voltei, tinham derrubado minha casa." Ele ocupou o terreno sem pagar nada, há seis meses. Embora garanta que mora há 15 dias no local, Mendes disse que todas as casas foram fotografadas para provar que estavam vazias. De acordo com a subprefeitura, o terreno é particular e tem dois donos: a Empresa Metropolitana de Águas e Energia S.A. (Emae) e a Companhia Paulista de Empreendimentos. A supervisora da Secretaria do Verde, Odete Borges, disse que as empresas podem ser multadas por não evitarem a ocupação.

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