RIO - A prefeitura do Rio retomou nesta quinta-feira, 5, as obras da Cidade da Música, projeto do ex-prefeito Cesar Maia (DEM), que já consumiu R$ 431 milhões e havia sido interrompido em janeiro, após a posse de Eduardo Paes (PMDB). Ao custo de mais R$ 50 milhões, serão concluídos os acessos, duas salas principais de concerto, além de banheiros, elevadores e escadas rolante. A Cidade da Música deve ser reinaugurada em um ano.
"Fizemos um levantamento minucioso para evitar que se repita o que vem acontecendo desde o início da construção, quando se estimava que a Cidade da Música custaria R$ 90 milhões e acabou saindo por quase cinco vezes mais", afirmou o secretário de obras, Luiz Antônio Guaraná.
"Não tem cabimento a prefeitura administrar restaurantes e cinemas na Barra da Tijuca. Ainda seria justificável a prefeitura ter um cinema em área carente, mas não na Barra", afirmou. De acordo com o secretário, ainda está sendo finalizado o estudo de viabilidade econômica e definir o modelo de exploração, para oferecer os espaços à iniciativa privada.
Nesta quinta, funcionários limparam os jardins e reinstalaram o canteiro de obras. Parte do que já havia sido feito na primeira etapa da construção terá de ser reformado agora - o piso estufou na Grande Sala, escadas de acesso foram acarpetadas, em vez de receberem piso de madeira, falta acabamento nos acessos aos camarins, que ainda estão no concreto.
O complexo de 90 mil metros quadrados começou a ser erguido em 2002, com salas de concerto e música de câmara, salas de ensaio e de aula. Em dezembro, foi inaugurado às pressas pelo prefeito Cesar Maia. Os contratos com as empreiteiras foram suspensos por Paes em janeiro e retomados agora. A obra da Cidade da Música é alvo de CPI na Câmara dos Vereadores, que vota este mês o relatório final.
Em maio, relatório preliminar da comissão instaurada por Paes para investigar os gastos na obra estimava que seriam necessários mais R$ 150 milhões para terminar a Cidade da Música. Guaraná informou que a decisão do governo municipal foi a de não concluir as obras das áreas previstas no projeto para serem exploradas pela iniciativa privada - lojas, cinemas e restaurante.