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Presa em Campinas mulher que seqüestrou bebê em Campo Grande

Por Agencia Estado
Atualização:

Maria Marlene de Souza Santana, de 41 anos, simulou uma gravidez para o marido e viajou a Campo Grande (MS), no último dia 12, alegando problemas com um imóvel que possui na cidade. Voltou ontem para casa, em Campinas, com um bebê de pouco mais de 10 dias nos braços. O marido estranhou, mas não teve tempo para tomar qualquer atitude. Na madrugada desta quarta-feira, Maria Marlene foi presa na sua casa, em Barão Geraldo, acusada de raptar a criança na segunda-feira e falsificar documento. Na bolsa da auxiliar de enfermagem, a polícia encontrou a guia de nascimento do bebê, com o nome da mãe rasurado. "Ela tentou apagar e escreveu o seu por cima, mas ainda dá para ver o nome da mãe embaixo", disse o delegado do 7º Distrito Policial, Luís Henrique Apocalypse Jóia. Susimar Marques, a mãe verdadeira, achou que Maria Marlene fosse uma assistente social empenhada em ajudar sua família. A acusada chegou a confessar o crime aos policias que a prenderam, revelando detalhes. Mas preferiu manter-se calada no depoimento. Além da guia de nascimento, usada para o registro em cartório, a polícia apreendeu na bolsa da mulher outras duas certidões de nascimento, de irmãs do bebê. "Ela deve ter pedido todos os documentos das crianças, com a desculpa de que ajudaria a família", apontou o delegado. Jóia comentou que o crime foi premeditado com bastante antecedência. Maria Marlene disse ao marido em agosto que estava grávida e apresentou um exame laboratorial positivo. "Estamos analisando para ver se houve falsificação", comentou. No dia 12, a mulher afirmou que precisava resolver problemas com seu imóvel em Campo Grande e viajou. Contou aos policiais, conforme disse o delegado, que perambulou vários dias procurando um recém-nascido. "Ela falou aos policiais que queria um bebê parecido com ela e o marido", disse Jóia. A acusada viu Susimar com a criança em um ponto de ônibus e se aproximou, afirmando que era assistente social e ajudaria sua família. Conseguiu o endereço de Susimar e a visitou várias vezes. Os vizinhos suspeitaram e alertaram a mãe, mas ela confiou em Maria Marlene, que a convidou para um passeio no centro de Campo Grande, onde comprariam roupas para as crianças. Com o argumento de que precisava tirar dinheiro no banco, a acusada pediu para levar o bebê no colo e, assim, não enfrentar fila. A mãe entregou e não viu mais a criança. Ao marido em Campinas, a auxiliar de enfermagem telefonou e avisou que havia sofrido um acidente de ônibus e tido um parto prematuro. Susimar acionou a Delegacia Anti-Seqüestros de Campo Grande. "Como todo crime, esse também teve falha", disse o delegado. Maria Marlene deixou com a vítima um papel com seu nome, CPF e um antigo endereço no mesmo bairro onde mora, no distrito de Barão Geraldo. Os policiais localizaram o novo endereço da mulher com ajuda dos vizinhos e a prenderam hoje. Ela foi encaminhada para a cadeia feminina de Indaiatuba, mas deverá ser transferida para Campo Grande, onde estão sendo feitas as investigações. O bebê ficou em um abrigo, com acompanhamento da Vara da Infância e da Juventude, porque a família não tem recursos para buscar a criança em Campinas. Ela deverá ser devolvida aos pais nos próximos dias.

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