Presos acusados de vender informações sigilosas em SP

Dados como cadastro de bancos e da Receita Federal são vendidos na região dominada pelo comércio ilegal de produtos piratas, a Rua Santa Ifigênia

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Por Agencia Estado
Atualização:

Três homens e um adolescentes foram presos nesta terça-feira, 24, acusados de comercializar dados sigilosos de bancos, da Receita Federal e até mesmo do cadastro de proprietários de veículos do Detran. A prisão aconteceu na região da Rua Santa Ifigênia, zona em que impera o comércio ilegal de produtos eletrônicos falsificados e contrabandeados, em São Paulo. A prisão aconteceu após uma matéria divulgada pelo Jornal Hoje, da TV Globo. Durante um mês, a TV acompanhou o comércio ilegal de informações sigilosas no Centro de São Paulo, a poucos metros de autoridades da polícia. Em sete quarteirões no centro de São Paulo, mais de 500 lojas e um batalhão de ambulantes, a Santa Efigênia concentra tudo o que existe no mercado brasileiro de produtos eletroeletrônicos e de informática. Inclusive o que é ilegal. Lá, vendedores oferecem um programa de informática sob medida para ladrões. "Tem um CD de hacker, aquele que as quadrilha usa para roubar dinheiro, para os cara descobrir senha", diz um vendedor gravado pela reportagem da Globo. Mas o forte desse comércio ilegal é a venda de cadastros de bancos, empresas e órgãos públicos com nome, endereço, telefone e o número dos documentos de milhões de pessoas e empresas. O preço do serviço? Cada lista sai por apenas R$ 100,00. Quando o interessado aparece, o vendedor pega o CD escondido debaixo de uma sacola. "É Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. Endereço, CPF, RG, telefone e nome. Isso aí você tá ligado que dá cana, né?", diz o vendedor. Operação na Santa Ifigênia Nesta terça-feira, a polícia tirou copias de notas de R$ 50 e foi à Santa Efigênia para comprar os cadastros sigilosos. O primeiro a ser preso foi um menor que havia buscado o CD ilegal. Em seguida, foram presos dois homens identificados apenas por Célio e Aristeu, que aparecem na reportagem da TV Globo. Eles são acusados de comandar este tipo de crime. Um outro homem também foi levado para a delegacia. No local, vários CDS ilegais foram apreendidos. "De posse de informações como essa a venda de informações para amigos, para inimigos. Existe a extorsão criada em cima disso. As investigações irão continuar para verificar quem é que está fornecendo essas informações", disse o delegado Luiz Antonio Pinheiro.

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