CURITIBA - Quatro agentes penitenciários estão sendo mantidos como reféns desde o fim da tarde de domingo, 1, na Casa de Custódia de Curitiba. O motim teria iniciado depois que sete presos foram transferidos para outras unidades prisionais, no interior do Paraná. Na tarde desta terça-feira, 3, negociadores da Polícia Militar e detentos chegaram a um impasse, uma vez que as reivindicações dos rebelados não ficaram claras.
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“Os detentos foram levados para o interior por causa de uma briga interna. O grupo que se rebelou exigiu que eles voltassem, porque aqui é a única unidade em que os presos que cometeram delitos contra a mulher conseguem conviver. Os transferidos estariam em risco”, explicou Ricardo Miranda, presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sindarspen), que também participa das negociações.
No entanto, quando o Departamento Penitenciário, da Secretaria de Segurança do Paraná, concordou com o retorno dos presos, os amotinados afirmaram que ainda haveria outras exigências. “Os presos começaram a rebelião sem liderança definida. Eles, simplesmente, renderam os reféns e começaram o tumulto. A cada momento aparece um líder diferente”, afirma Miranda.
De acordo com o capitão da PM, Marcos Roberto de Oliveira, 172 dos 600 presos estão rebelados. “Vamos retomar as negociações ainda hoje e a rebelião deverá ser controlada até amanhã de manhã”, estimou. “Não há feridos. Por meio de todas as tratativas, foi acordado que nós participaríamos da entrada da polícia e de todos os outros processos, para garantir a atuação dos policiais e impedir abusos contra os presos”, comentou o advogado Alexandre Salomão, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB.