Professores ignoram corte de ponto e decidem manter greve no Rio

Grupo se reuniu no Clube Municipal, na Tijuca, por cinco horas e também criticou decisão do STF que suspendeu acordo do Estado firmado com docentes no ano passado

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Por Clarissa Thomé
Atualização:

Atualizado às 19h13 -

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Rio - Depois de cinco horas de assembleia nesta quinta-feira, 15, professores das redes pública estadual e municipal decidiram manter a greve da categoria, iniciada na segunda-feira, 12. Durante toda a reunião, houve muitas críticas ao ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, por ter suspendido o acordo firmado entre professores e governos no ano passado e ter autorizado o corte de pontos dos grevistas.

"Foi uma decisão precipitada. Não é um movimento continuado. Este é outro movimento, com pautas novas e uma delas é o cumprimento do acordo do ano passado. Mandamos nos últimos meses três ofícios para o STF, alertando para o não cumprimento dos acordos", afirmou o coordenador geral do Sindicato dos Profissionais de Ensino (Sepe), Alex Trentino.

Os professores pedem 20% de reajuste, um terço da carga horária para preparação de aulas, redução da carga horária de 40 horas para 30 horas semanais para cargos administrativos e unificação da carreira de professores e unificação da carreira de docentes e administrativos em cada rede.

Em nota, o governo informou que 304 professores dos 75 mil da rede não compareceram ao trabalho nesta quinta. No município, foram registrados 89 ausências, entre 42 mil docentes. Não houve registro de escolas fechadas.

Depois da assembleia, no Clube Municipal, na Tijuca, zona norte, os professores saíram em passeata até a Central do Brasil, onde se uniram à manifestação convocada por movimentos sociais, chamada de "15M, manifestação contra as injustiças da Copa".

Imprensa. Logo que deixaram o clube, os professores criticaram a cobertura da imprensa. Do carro de som, um dos manifestantes pediu a saída da imprensa. Alguns professores chegaram a hostilizar repórteres, que deixaram o local. Durante a assembleia, chegou a ser colocada em votação proposta para que os diretores do Sepe fossem proibidos de dar entrevista - somente o comando de greve poderia se manifestar. A maioria dos professores votou contra a proposta.

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