Promotor de show depõe e é preso em Curitiba

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O empresário Athayde de Oliveira Neto, de 23 anos, foi preso hoje à tarde depois de prestar depoimento na Promotoria de Investigações Criminais (PIC) em Curitiba. Ele assumiu a responsabilidade pelo show Unidos pela Paz, realizado dia 31 de maio, no Jockey Club do Paraná, que terminou com tumulto e morte de três adolescentes, mas nega ter sido culpado pela tragédia, alegando que as autoridades policiais sabiam do evento e não deram a segurança necessária. O empresário foi indiciado por homicídio doloso. O promotor de eventos tinha prisão temporária decretada, mas foi beneficiado por um habeas-corpus concedido ontem pelo Tribunal de Justiça do Paraná e apresentou-se hoje. Enquanto estava na PIC, o juiz da Central de Inquéritos, Marcelo Ferreira, decretou a prisão preventiva, atendendo pedido feito na sexta-feira. O empresário foi recolhido ao Centro de Observação e Triagem da Polícia Civil, onde aguarda a apreciação de um novo habeas-corpus. Promotor do show, Oliveira Neto negou ter sido negligente, afirmando possuir alvarás da prefeitura e ter comunicado o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar sobre o evento. Segundo a prefeitura, as autorizações das secretarias de Urbanismo para uso do local e do Meio Ambiente para uso de som não são alvarás, que só é fornecido pela Secretaria da Fazenda. O Corpo de Bombeiros havia listado uma série de exigências para a realização do show e não forneceu licença, enquanto a Polícia Militar ofereceu a alternativa de pagamento de uma taxa para segurança, que é cobrada em todos os eventos particulares, mas não houve retorno do promotor do evento. "Agora dizem que não poderia ter acontecido, por que não embargaram?" questionou o empresário. Ele garantiu que tinha 300 seguranças e mil funcionários trabalhando no show. Segundo Oliveira Neto, foram vendidos 21 mil ingressos e distribuídos outros como cortesia, num total de 25 mil pessoas. "A Polícia Militar fala que não sabia do evento. Como não sabia se 30 mil pessoas foram para aquele local e houve 45 dias de divulgação?" Ele disse que enviou um ofício à PM no dia 28. O empresário afirmou não ter sido informado de que deveria pagar uma taxa para que a polícia fizesse a segurança.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.