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PSDB se move para reduzir impacto da ação de Kassab

Enquanto PSDB espera intervenção do DEM no diretório paulista, Planalto tenta atrair novo partido para base aliada

Por Julia Duailibi
Atualização:

No dia seguinte ao lançamento do PSD (Partido Social Democrático), tucanos começaram a se articular para diminuir a força da legenda recém-anunciada pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, enquanto o Palácio do Planalto se prepara para trazer a nova sigla para a base aliada. Tucanos paulistas conversaram com lideranças do DEM nacional na expectativa de que seja consumada amanhã a decisão de intervir no diretório estadual do partido, do qual Kassab ainda detém controle. O PSDB também quis saber do DEM qual será o formato a ser adotado na futura executiva estadual da legenda. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), acompanha diretamente as articulações, segundo integrantes do DEM.Para o PSDB, que vê em Kassab um adversário de Alckmin em 2014, essa informação é relevante. Há o temor de que o prefeito, mesmo no PSD, controle no Estado o DEM, principal aliado dos tucanos em São Paulo.O deputado Rodrigo Garcia, aliado de Kassab que resolveu ficar no DEM, buscou fortalecer pontes como o Palácio dos Bandeirantes. Na semana passada, esteve com Alckmin para falar da decisão de ficar no partido. Na segunda, reuniu-se com o secretário da Casa Civil, Sidney Beraldo, e deputados estaduais que continuarão no DEM - havia preocupação no palácio sobre o impacto da criação do PSD na base governista na Assembleia. Há, no entanto, resistência ao nome de Garcia em razão do histórico de amizade com o prefeito.Em outra ação que agradou ao Palácio dos Bandeirantes, o deputado estadual Campos Machado (PTB), um dos principais aliados de Alckmin, questionará o uso da sigla PSD na Justiça. Ele alega que o seu partido incorporou a sigla em 2003 e que aspectos fiscais e contábeis do antigo partido seguem pendentes. Na linha de ataque ao PSD, disse que a "cúpula do novo partido vinha assediando, de maneira leviana e sem escrúpulos, petebistas".Base. O governo federal começou a se movimentar para agregar o PSD à base. "Quero reunir os integrantes do PSD para discutir a entrada deles na base do governo, inclusive a tática em plenário", disse o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT), que vai chamar o deputado Guilherme Campos (SP) para conversar nesta semana. Mas o PT municipal não quer aproximação com Kassab. "O diretório estadual formalmente endossou a postura de oposição. O nacional, informalmente. Não temos motivo para sair da oposição", diz o vereador Antonio Donato.

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