Uma resolução aprovada ontem por cerca de 430 delegados de 36 diretórios zonais do PT paulistano definiu a posição da legenda quanto à corrida pela Prefeitura de São Paulo de 2012: eles querem "um candidato já", como resumiu o presidente do diretório municipal, vereador Antonio Donato.Não é ansiedade, é estratégia. Ao propor, no item 46 do documento, "entrar em 2012 com uma candidatura definida", os petistas da capital querem evitar o que consideram um grave erro da campanha para governador em 2010: o de esperar demais - no caso, pela candidatura de Ciro Gomes (PSB) - e definir muito tarde o nome de Aloizio Mercadante. "Precisamos ocupar espaços, ganhar os setores médios", resume Donato.Ele chama de "setores médios" uma faixa de periferia não tão distante, que o PT havia perdido mas que, em boa parte, votou em Dilma Rousseff no ano passado. Regiões como Pirituba, Vila Prudente, Ermelino Matarazzo, Santo Amaro, Butantã. A resolução não esconde as críticas do grupo ao que se fez em 2010. Um ano em que, diz o texto, "ficamos dependentes da definição da candidatura Ciro Gomes, que custou a definição de nosso candidato, trazendo imenso prejuízo eleitoral"."Incompreensão"[ ]. [/ ]Em um capítulo sob título "Construir um projeto hegemônico na Capital", o texto afirma que "inúmeras vezes o PT paulistano chamou a atenção para as direções estadual e nacional" sobre a importância de São Paulo. "Porém, não tem havido interesse pelo pleito, demonstrando uma total incompreensão com o papel que a Capital tem no cenário nacional". Como o texto não menciona candidaturas, não se avalia nele a tese atribuída ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva segundo a qual o ministro da Educação, Fernando Haddad, teria um forte potencial para conquistar áreas do eleitorado da classe média paulistana."O encontro não era para definir nomes, apenas para despertar o sentimento da militância", explica Donato. Isso não impediu que circulassem, nos debates e discursos, cinco ou seis preferências dos vários grupos - a senadora Marta Suplicy, os ministros Aloizio Mercadante, Fernando Haddad e José Eduardo Cardozo, o deputado Jilmar Tatto e também o senador Eduardo Suplicy. "O que não falta são nomes", afirma o deputado federal Paulo Teixeira. Mas o que ele acha essencial, no momento, é dividir a campanha em etapas. Primeiro, montar as bases, estudar as áreas da cidade e atribuir tarefas. Depois, "fechar com um nome que entusiasme a militância". Donato não acha que a resolução atrapalhe os planos dos ministros Mercadante, Haddad e Cardozo - que, para disputar, teriam que deixar mais cedo os seus ministérios. "Sair em janeiro ou abril do ano que vem, dá na mesma", garante ele.