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Público disputa melhor lugar na Sapucaí

Por Agencia Estado
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Vale tudo pelo melhor lugar na arquibancada da Marquês de Sapucaí, no Rio. Até chegar às 14 horas, esperar três horas pela abertura dos portões, enfrentar o empurra-empurra de centenas de pessoas. E saber que terá de brigar a noite inteira para que ninguém se posicione em frente à grade de proteção, tapando a visão. Foi o que fizeram as irmãs Cecília dos Santos, de 68 anos, e Enilda Maria, de 64, que há 20 vão ao Sambódromo torcer pela Beija-Flor. Dessa vez, Enilda ainda levou a filha, Cynara, de 30 anos, e a amiga Beatriz Pelosi, de 37. "Foi um parto. Nunca vi uma entrada tão confusa", disse Enilda, certa de que valerá a pena. A Beija-Flor é a última a se apresentar, já no início da manhã de hoje. "Só vai ter problema se a alguém tentar ficar na nossa frente", completa Cecília. A irmãs e Beatriz são alunas de turismo. Querem levar futuros clientes ao sambódromo. "É a festa do lucro. Gastamos agora para ganhar no futuro", disse Enilda. As quatro gastaram R$ 400,00 por ingresso, adquiridos numa agência de turismo - o preço normal é R$ 220,00. Escoladas em passarela do samba, cada uma levou sua almofada. Ajuda a proteger do calor do concreto e a agüentar com maior conforto a maratona. Adriano, de 29 anos, e Paulo Reis, de 40, sobrinho e tio, desembolsaram R$ 5,00 cada um por almofadas fininhas. "Ajuda a marcar lugar", disse Adriano. Para matar o tempo, levaram livros, "Esquecemos o jogo de xadrez", disse Paulo. Eles estavam preparados para a madrugada: levavam na bolsa comida e uísque. Nesta segunda, a dupla ainda desfila na Mangueira. Na arquibancada do Setor 5, um dos grupos mais animados era do Motoclube Poços de Caldas. Com camisas amarelas e faixas, faziam barulho desde cedo para torcer pela Beija-Flor, que vai defender um enredo sobre Poços de Caldas. Além dos 12 amigos na arquibancada, outros 30 da cidade desfilariam na escola de Nilópolis. O grupo viaja o Brasil todo de moto, mas foi de ônibus para o Rio. Queriam estar bem descansados. "Temos ânimo para agüentar até as 10 horas", disse João Caponi, de 57 anos, líder do grupo. Essa era a mesma animação da manauara Eliana Teles, de 33 anos, que foi à passarela com o marido, José Francisco Teles, de 40, o sobrinho Sérgio Ricardo Pinto Maia, de 17, e a amiga Dorothy Carriço, de 27, torcer pela Grande Rio, que falará sobre a Amazônia. "Em Manaus nosso carnaval também é luxuoso, vai até o dia seguinte. Estamos acostumados."

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