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Quinto suspeito da morte de menino arrastado é preso no Rio

Carlos Eduardo Toledo Lima, de 23 anos, foi detido no início da manhã de domingo após negociação da polícia com familiares; jovem negou envolvimento no crime

Por Agencia Estado
Atualização:

Carlos Eduardo Toledo Lima, de 23 anos, quinto suspeito de integrar a quadrilha envolvida na morte do garoto João Hélio Fernandes, de 6 anos, foi apresentado pelas autoridades do 30º DP da capital fluminense na manhã deste domingo. O jovem foi detido no início da manhã em uma praça do bairro Marechal Hermes, próximo à delegacia, após negociação da polícia com familiares. Ao ser preso, ele carregava uma bíblia, e na delegacia negou envolvimento no crime. A polícia, no entanto, acredita que o rapaz seja o mentor do assalto e chefe do bando. Carlos Eduardo é irmão do menor E., de 16 anos, que também teria participado do assalto que resultou na morte de João Hélio. "O espaço dele estava muito curto. Tinham fotos nos jornais e TV", declarou o titular do DP, delegado Hércules Nascimento. João Hélio foi arrastado pelo cinto de segurança do carro por sete quilômetros depois que os assaltantes tomaram o veículo na última quarta-feira, na zona norte do Rio de Janeiro. O crime causou comoção nacional. Após levantada a possibilidade de participação de um menor no assassinato, o governador do Rio, Sérgio Cabral, sugeriu um debate sobre a revisão da maioridade penal - hoje, menores de 18 anos só podem ser condenados ao cumprimento de medidas socioeducativas por até 3 anos. Carlos Eduardo será ouvido por outros dois investigadores. Para a polícia, ele era o líder da quadrilha que realizou o assalto. O jovem está em liberdade condicional e já foi indiciado por roubo. Nascimento disse ainda que pretende fazer nesta semana uma acareação entre os cinco integrantes da quadrilha. "O procedimento será essencial para esclarecer a participação de cada integrante no assalto", disse o delegado. Além de E. e Carlos Eduardo, estão presos Tiago Abreu Matos, de 19 anos, Diego Nascimento Silva, de 18, e Carlos Roberto da Silva, de 21. Modo de operação A polícia está convicta de que os cinco participaram da ação: Diego e E. praticaram o assalto, ajudados por Carlos Eduardo; os demais deram cobertura, no táxi do pai de Tiago. Segundo os investigadores, o bando já teria combinado até a partilha do roubo. O Tiago ficaria com rodas do carro e o Diego seria o responsável pelo desmonte. Detido na quinta-feira com E. e Diego, Tiago foi liberado horas depois, por falta de provas. Na noite de sexta, depois que os policiais receberam novas informações sobre sua participação no assalto, o jovem foi detido no sótão de uma casa em Guadalupe, subúrbio da zona norte. Segundo a polícia, Tiago contou que recebeu ameaças de Carlos Eduardo e foi forçado por Diego a levar o bando ao local do assalto. Para Nascimento, a quadrilha atuava na região havia algum tempo. "O Diego já foi reconhecido por uma vítima de assalto em Realengo", afirmou o delegado no sábado. Ele o considera o bandido mais frio de todos. Uma testemunha que emparelhou o carro com o Corsa para alertar que havia um corpo pendurado no carro disse ter ouvido de Diego: "Isso é um boneco de Judas." Os bandidos que abordaram o Corsa vão responder por roubo seguido de morte, crime cuja pena varia de 20 a 30 anos de prisão, e por formação de quadrilha. Os que deram cobertura vão responder por formação de quadrilha e roubo.

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