Reajuste é só para equiparar, diz coronel

Mentor do projeto de aumento afirma que as assessorias militares da Assembléia e da Câmara têm gratificação maior que a do governador

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Por Marcelo Godoy e
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O projeto de aumentar os salários dos policiais da Casa Militar (CM) do gabinete do governador de São Paulo obedece a uma lógica: a equiparação com os seus companheiros das assistências militares da Assembléia Legislativa e da Prefeitura de São Paulo. Quem revelou isso ao Estado foi o próprio chefe da Casa Militar, coronel Miguel Libório Cavalcante Neto. Ou seja, segundo Libório, o aumento servirá só para a "revalorização das gratificações". O objetivo do coronel é "atingir a equiparação com as gratificações de outras assessorias policiais militares, todas com níveis de gratificação superiores às da Casa Militar". Libório ressaltou que a gratificação é arbitrada pelo secretário da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira. "Até o momento não existe nenhuma decisão a respeito." "Nós recebemos o mesmo reajuste (4%) dado aos demais funcionários da Casa", afirmou o coronel Antônio dos Santos Antônio, chefe da Assessoria Militar da Assembléia. "Minha gratificação é igual à do Libório." O presidente da Câmara Municipal de São Paulo, vereador Antonio Carlos Rodrigues (PR), disse que os PMs a serviço no lugar ganham um adicional. "Mas não somos nós (do Município) que pagamos." Por lei, o presidente da Câmara dispõe de seis PMs para escolta. Libório seria o único que não teria aumento pelo seu próprio projeto, pois já recebe a gratificação máxima permitida por lei: R$ 1.039,25. Para obter um reajuste, o coronel teria duas alternativas: ou o governo aumenta o valor de referência para a gratificação, que hoje é de R$ 213, ou aumenta o teto da gratificação, passando dos atuais 250% em cima do valor de referência para 750%. Essa última alternativa, segundo oficiais consultados pelo Estado, foi discutida na CM. Se levada adiante, a gratificação do coronel triplicaria, chegando a pouco mais de R$ 3 mil. Assim, ele receberia só de gratificação um valor maior do que o salário de um tenente na cidade de Jales. O salário do chefe da Casa Militar sempre foi um dos maiores da PM. "Ele (Libório) chefia 400 homens e ganha mais do que o comandante-geral da PM, que comanda 93 mil homens e tem de combater o crime no Estado", disse o presidente da Associação de Cabos e Soldados, cabo Wilson de Moraes. O Estado procurou o coronel Roberto Diniz, comandante da PM, mas ele não deu entrevista. "Quem faz a segurança do governador deve ter um salário justo, assim como quem cuida da segurança do cidadão", afirmou o coronel Hermes Cruz, da Associação dos Oficiais da Reserva.

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