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Religiosos e políticos acompanham velório de d. Aloísio

Uma das seis coroas de flores colocadas no salão foi enviada pelo presidente Lula e sua mulher, Marisa

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Por Redação
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Cerca de 250 pessoas assinaram o livro de presenças no segundo dia de velório do cardeal d. Aloísio Lorscheider, na cripta da catedral metropolitana de Porto Alegre, nesta segunda-feira, 24. O ex-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) (1971-1978) e arcebispo emérito de Aparecida (SP), morto no domingo, de falência de múltiplos órgãos, aos 83 anos, foi homenageado por familiares, religiosos e leigos ligados à Igreja Católica e também políticos de diversas tendências. Uma das seis coroas de flores colocadas no salão foi enviada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua mulher, Marisa, com a mensagem "Com carinho e reconhecimento".   Veja também:   Papa Bento XVI lamenta a morte de d. Aloísio Lorscheider D. Aloisio Lorscheider será sepultado em Daltro Filho-RS Aos 83 anos, morre d. Aloísio Lorscheider   O prefeito de Porto Alegre, José Fogaça (PMDB), foi ao velório ao amanhecer e lembrou da luta de d. Aloísio pela anistia, em 1979, dizendo que "sua voz jamais se calou num período em que o silêncio era garantia de vida". O ex-governador do Rio Grande do Sul e ex-ministro das Cidades Olívio Dutra esteve na cripta no final da manhã, e destacou "o exemplo de paciência, fé, firmeza e compreensão na vida daqui e de outra dimensão" deixado pelo cardeal. "Ele foi sempre solidário e militante das causas do ser humano e da liberdade", afirmou.   Como exemplo das ações de d. Aloísio nos bastidores, Olívio citou as gestões que o então arcebispo de Fortaleza fez quando da primeira visita de João Paulo II ao Brasil, em 1980, para que o papa recebesse uma comissão de sindicalistas. Sob restrições do cardeal Paul Marcinkus, organizador da viagem, o encontro foi realizado no subsolo da Catedral da Sé, em São Paulo, distante da imprensa. "Estivemos lá eu, o Lula e o Jacob Bittar", recordou o ex-governador.   Logo depois, o ministro da Justiça, Tarso Genro, também chegou ao velório. "Vim por afeto e respeito pessoal a d. Aloísio, como cidadão e ministro", explicou. Segundo Tarso, o cardeal sempre considerava antes os humildes, os pobres, os oprimidos e os excluídos em qualquer atitude que tivesse de tomar e sabia enfrentar os poderosos com doçura franciscana.   "Ele foi uma referência na luta pela dignificação política do povo brasileiro, pelo restabelecimento das liberdades democráticas, e sempre enfrentou os autoritários e opressores com calma, tranqüilidade, diálogo e um sorriso nos lábios, mas com muita firmeza", elogiou o ministro.   Durante o dia também estiveram no local os senadores Pedro Simon (PMDB) e Sérgio Zambiasi (PTB). Em nenhum momento as 60 cadeiras colocadas na cripta foram totalmente ocupadas. Frades franciscanos, duas irmãs, um cunhado e sobrinhos do cardeal se revezaram na vigília em nome da família. "Estávamos preparados para este momento porque a saúde dele era frágil", disse o sobrinho Baldur Ricardo Lorscheider, 39 anos, gráfico, demonstrando serenidade, como os demais. "Ele nos deixou o exemplo da humildade". Entre os visitantes estavam religiosos de diversas ordens e leigos ligados às pastorais da Igreja Católica.   O corpo de d. Aloísio fica na cripta até a noite desta terça-feira, quando será levado à nave central da Catedral Metropolitana de Porto Alegre. Na quarta-feira o cardeal será homenageado com duas missas, às 9h30min e às 18 horas. À noite, o corpo será trasladado para a capela do bairro Daltro Filho, em Imigrante, a 123 quilômetros de Porto Alegre. O enterro está previsto para às 17 horas de quinta-feira no cemitério dos franciscanos, ao lado do Seminário São Boaventura, onde d. Aloísio, ainda com o nome de batismo de Leo Arlindo Lorscheider, iniciou seus estudos religiosos, na década de 40 do século passado.

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