Rio teme que captação de água por SP comprometa abastecimento no Estado

Em nota, a Secretaria Estadual do Ambiente do Rio disse que a segurança hídrica do Estado é dependente do Paraíba do Sul e pede 'aprofundamento técnico'

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Por Fabio Grellet
Atualização:

Atualizada às 23h13

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O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), negou nesta quarta-feira que já tenha dado aval à proposta feita pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, de transposição de até 5 mil litros por segundo da bacia do Rio Paraíba do Sul para o Sistema Cantareira. Segundo sua assessoria, ele solicitou ao Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e ao secretário estadual do Ambiente, Índio da Costa, que se pronunciem a respeito, uma vez que se trata de demanda técnica.

Em nota, a Secretaria Estadual do Ambiente demonstrou preocupação com a proposta feita por Alckmin. “Os estudos do Comitê da Bacia Hidrográfica do Paraíba do Sul, ainda em elaboração, apontam que a disponibilidade hídrica atual já apresenta problemas no período de estiagem. Em Santa Cecília (ponto de captação da água para o Rio Guandu e região metropolitana do Rio), a regra em vigor determina uma vazão mínima de 250 m3 por segundo, o que pela falta de água já não é atendida em 8% do tempo (período de estiagem)”, diz a nota.

“Mesmo que São Paulo construa reservatórios para aumentar a disponibilidade hídrica nas cabeceiras do rio Paraíba do Sul, a proposta de captação de água pode agravar esta situação. É fundamental um aprofundamento técnico sobre o verdadeiro impacto no território fluminense”, continua a nota. “A segurança hídrica do Estado do Rio de Janeiro é fortemente dependente da bacia do rio Paraíba do Sul, responsável pelo abastecimento de mais de 11 milhões de habitantes e pela sustentação de parcela expressiva da atividade econômica do Estado”, diz ainda o texto emitido pela secretaria.

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