Roseana Sarney ganha no primeiro turno por pequena margem de votos

A candidata do PMDB obteve pouco mais de 50% dos votos válidos, superando Flávio Dino (PC do B), que teve 29%

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Por Eugênia Lopes
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Por uma margem pequena de votos, a governadora do Maranhão e candidata à reeleição, Roseana Sarney (PMDB), venceu ontem as eleições em primeiro turno. Roseana obteve pouco mais de 50% dos votos válidos. Sua reeleição representa a manutenção no Estado da oligarquia Sarney pelos próximos quatro anos. Esta é a quarta vez que a peemedebista vai governar o Maranhão. O suspense da vitória de Roseana em primeiro turno foi mantido praticamente até o fim da apuração das urnas do Estado. Havia uma possibilidade de que ela fosse para o segundo turno com o candidato do PC do B, o deputado Flávio Dino. O comunista obteve 29% dos votos. O ex-governador cassado Jackson Lago, do PDT, ficou em terceiro lugar, com 19% dos votos. "Não temo nada. Já fui para o segundo turno outras vezes", disse Roseana, ao votar ontem pela manhã num colégio no centro de São Luís. A chapa encabeçada pela governadora também elegeu dois senadores: o ex-ministro Edison Lobão (PMDB), que disputou a reeleição, e o atual vice-governador do Maranhão, João Alberto (PMDB). A coligação de Roseana também conseguiu eleger a maioria da bancada federal da Câmara. A perspectiva de segundo turno assustou o comando da campanha de Roseana. Havia um temor da repetição da eleição passada. Em 2006, ela liderou a corrida pelo governo durante a maior parte da campanha, mas obteve pouco mais de 47% dos votos válidos no primeiro turno. Na época, os oposicionistas à família Sarney se aliaram, impondo uma derrota à Roseana. Lago foi eleito governador, mas acabou cassado no ano passado sob a acusação de abuso de poder econômico e compra de votos. Em abril de 2009, Roseana assumiu no lugar do pedetista o comando do Estado. Anti-Sarney. Este ano, Lago já havia selado um acordo com Dino, reafirmado no inicio da noite de ontem, de apoio mútuo em um eventual segundo turno. Lago é adversário histórico da família Sarney. "No Maranhão só tem dois partidos grandes: é o Sarney e o anti-Sarney", resumiu o pedetista. Para ganhar a eleição deste ano em primeiro turno, Roseana Sarney transformou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, nos principais cabos eleitorais de sua campanha. "A Roseana privatizou a figura do Lula e da Dilma", reclamou o deputado Domingos Dutra (PT-MA), ferrenho adversário da família Sarney. Antes das convenções de junho, o PT do Maranhão oficializou o apoio à candidatura de Flávio Dino. Inconformados, Sarney e Roseana pediram a interferência do presidente Lula para que o PT no Estado apoiasse a reeleição da peemedebista. Foram bem sucedidos na empreitada: a direção nacional do PT obrigou o partido no Maranhão a fechar aliança com Roseana. O seu vice é o petista Washington Luiz, identificado como "homem" do ex-ministro José Dirceu no Estado. Depois de fazer greve de fome no plenário da Câmara, o deputado Domingos Dutra foi liberado pela direção do partido para apoiar o comunista. Desde cedo, a família Sarney mantinha as esperanças de que Roseana fosse eleita no primeiro turno. O deputado Sarney Filho (PV-MA), conhecido como Zequinha Sarney, reconheceu que uma vitória dependia dos votos do interior do Estado. "Ela (Roseana) é muito forte no interior", disse o deputado.

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