Acordo estabelece também que a mineradora faça simulação de medidas de emergência que seriam tomadas após novo rompimento
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Por Redação
Atualização:
A mineradora Samarco celebrou acordo judicial com o governo de Minas e o Ministério Público Estadual prevendo, entre outros termos, a contratação de uma auditoria independente para análise das obras de reparo e estabilização das barragens da empresa em Mariana. As informações foram reveladas pela Rede Globo nesta terça-feira, 16.
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O Ministério Público ressaltou que até o momento todas as informações sobre a estabilidade das barragens são fornecidas unilateralmente pela mineradora, sem análise de outras partes.
No fim de janeiro, a barragem de Fundão teve deslocamento de 1 milhão de metros cúbicos de rejeitos, fazendo a empresa acionar novo alerta. No dia 5 de novembro, a estrutura se rompeu matando 17 pessoas, deixando dois desaparecidos e causando graves danos ambientais.
Lama de barragem polui cursos d'água e ameaça subsistência
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Lama de barragem polui cursos d'água e ameaça subsistência
O serralheiro Gilson Felipe de Rezende, de 42 anos, cuida de cerca de 15 cabeças de gado em um pequeno pasto na margem do Rio do Carmo, na cidade mine... Foto: MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃOMais
Lama de barragem polui cursos d'água e ameaça subsistência
Guiando um barco com motor de popa, o pescador Eli da Silva Soares, o Paco, de 38 anos, percorre com cautela parte da região afetada e tem olhos aguça... Foto: GABRIELA BILÓ/ESTADÃOMais
Lama de barragem polui cursos d'água e ameaça subsistência
De cima, a água laranja do Rio Doce parece estática. A lama de rejeitos vinda de Mariana se move a cerca de 1,2 quilômetro por hora desde a quinta-fei... Foto: GABRIELA BILÓ/ESTADÃOMais
Lama de barragem polui cursos d'água e ameaça subsistência
De perto, é mal cheirosa e, mesmo distante mais de 230 quilômetros do ponto do rompimento das barragens, carrega pedaços de árvore e detritos arrancad... Foto: GABRIELA BILÓ/ESTADÃOMais
Lama de barragem polui cursos d'água e ameaça subsistência
No passeio pelo cenário sem vida, não é preciso perguntar nada para ouvir de Paco e de suas irmãs Elaine, de 36, e Eliane da Silva, de 39 anos, os rel... Foto: GABRIELA BILÓ/ESTADÃOMais
Lama de barragem polui cursos d'água e ameaça subsistência
"Isso não vai recuperar nem daqui a cinco anos. Quem falar isso está mentindo", diz o pescado endossado pelas irmãs. "A gente vive disso daqui e agora... Foto: GABRIELA BILÓ/ESTADÃOMais
Lama de barragem polui cursos d'água e ameaça subsistência
Está a exatos 71 quilômetros de distância do ponto em que as barragens da mineradora Samarco romperam. E está encoberto de barro. Foto: MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO
Lama de barragem polui cursos d'água e ameaça subsistência
Mesmo a essa distância, a lama foi capaz de formar, ali, uma "casca" nas margens e no fundo do rio, que chega a 1 metro de espessura tanto no lado do ... Foto: MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃOMais
Lama de barragem polui cursos d'água e ameaça subsistência
O curso d'água em que, antes, era possível navegar de canoa, virou um rio raso. Dá para caminhar de uma margem à outra com água na altura dos joelhos,... Foto: MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃOMais
Lama de barragem polui cursos d'água e ameaça subsistência
Nesta crosta de lama ao redor do rio, os peixes aparecem aos montes, grudados no chão de lama, como se fossem fósseis encontrados por arqueólogos. Foto: MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO
Além da contratação da auditoria, que precisará de aprovação prévia do governo e do MP, o acordo estabelece também que a mineradora faça uma simulação de medidas de emergência que seriam tomadas após um novo rompimento. O exercício será direcionado aos habitantes dos distritos de Mariana e da vizinha Barra Longa. Segundo previsão que consta no acordo, um eventual novo acidente faria com que a lama chegasse em 10 minutos ao distrito de Bento Rodrigues, destruído pelo desastre.
Recuperação. Notificada a apresentar até hoje um novo plano de recuperação ambiental para as áreas afetadas pela lama, a Samarco deve pedir ao Ibama prorrogação de prazo. O Estado apurou que a mineradora tem alegado, em reuniões técnicas, a necessidade de mais cinco dias para aprofundar o relatório, rejeitado em 28 de janeiro pelo órgão ambiental, que o considerou “genérico”.
A mineradora informou que não comentará o assunto. Até as 21 horas desta terça, o Ibama disse não ter recebido pedido de adiamento.