PUBLICIDADE

Samarco usa boias para conter danos na foz do Rio Doce

Equipamentos são similares aos usados em acidentes com petróleo; cerca deve envolver 9 km, em áreas como mangues e ilhas

Foto do author Marco Antônio Carvalho
Por Marco Antônio Carvalho
Atualização:
Operação deve se estender até esta sexta Foto: MARCO ANTÔNIO CARVALHO/ESTADÃO

LINHARES (ES) - Boias infláveis estão sendo usadas pela mineradora Samarco para tentar conter danos na foz do Rio Doce, no município de Linhares,litoral do Espírito Santo. Os equipamentos estavam sendo lançados na água na tarde desta quinta-feira, 19, em uma operação que deve se estender até esta sexta.

PUBLICIDADE

As boias são similares às usadas em acidentes com vazamento de petróleo e é a primeira vez que são aplicadas em acidentes na área da mineração. No total, a cerca deve envolver nove quilômetros da foz, em áreas sensíveis como mangues e ilhas. 

A onda de rejeitos proveniente do rompimento das barragens em Mariana permanecem percorrendo o Rio Doce 14 dias após o vazamento. Nesta quinta, atingiram o centro da cidade de Colatina e o próximo destino é Linhares, no fim de semana. Em Colatina, o abastecimento para 120 mil pessoas teve de ser interrompido em razão da poluição e a prefeitura local adotou um plano emergencial com caminhão-pipa e caixas d'água públicas para atender a população. 

A Samarco está otimista quanto à eficácia dos equipamentos chamados de barreiras offshore e seafences. "É difícil definir que seja 100% eficaz porque existem muitos pontos irregulares no rio. Pode sim haver algum tipo de passagem, mas infinitamente menor do que seria sem a barreira", disse Alexandre Souto, gerente-geral de estratégia e gestão da Samarco e representante da empresa em Linhares. 

Souto confirmou que é a primeira vez que o equipamento é usado para acidentes com essas características. "Não foi possível desenvolver em tempo hábil uma tecnologia específica para conter esse tipo de material, mas é o melhor disponível e poderá gerar um resultado satisfatório", disse.

A onda de lama tem levado destruição à biodiversidade do Rio Doce, desde o município homônimo em Minas, onde nasce. A calha tem extensão de mais 850 quilômetros até desaguar no mar em Linhares. Nesta quinta, homens contratadospela mineradora enchiam as boias nas margens do rio e contavam con apoio de barcos de pescadores locais para deslocar as barreiras até o ponto desejado.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.