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'Se for tranquila, não tem graça', diz Cunha sobre votação de PEC

Manifestantes aguardam do lado de fora do Congresso com faixas e cartazes contra a redução da maioridade penal

Por Daniel de Carvalho e Carla Araujo
Atualização:
Estudantes fazem manifestação contrária àaprovação da PEC que reduz a maioridade penal Foto: André Dusek/Estadão

BRASÍLIA - Alheio à pressão dos partidos governistas, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), quer colocar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos em votação nesta terça-feira, 30. O peemedebista, favorável à redução, disse esperar que a sessão seja tumultuada. "Vai ser tranquila nada. Vai ser bem tumultuada. Se for tranquila não tem graça", afirmou ao chegar na Câmara no início da tarde.

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Manifestantes aguardam do lado de fora do Congresso com faixas e cartazes. O Batalhão de Choque da Polícia Militar também está no gramado diante do Parlamento. Alguns manifestantes conseguiram entrar na Casa por força de um salvo-conduto concedido pela ministra Carmen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF).Cunha disse que serão distribuídas algumas senhas, mas, em caso de tumulto, determinará a retirada da plateia.

Cunha disse esperar um quórum mínimo de 450 dos 513 deputados. Para aprovar uma PEC é preciso um mínimo de 308 votos. "Quero votar. O resultado depende da maioria", afirmou.

O presidente da Câmara disse que ainda conversará com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para definir se a sessão do Congresso prevista para esta noite ocorrerá de fato. A realização da sessão pode postergar a votação da maioridade. Caso vislumbre a possibilidade de derrota, Cunha pode articular com Renan a manutenção da sessão. 

Se a possibilidade mais forte for de vitória, a tendência é que a sessão conjunta das duas Casas seja derrubada. Quanto ao apelo do governo para que sejam feitas alterações no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) em vez de mudanças na Constituição, Cunha disse que só votará mudanças no ECA depois de votar a PEC. 

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