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Senado se reúne; Lula quer cautela no debate da violência

Líderes de 11 partidos vão discutir medidas contra a violência; Lula pede aos parlamentares que não aprovem propostas levando em conta apenas a emoção

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do Senado, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), se reúne na tarde desta terça-feira com os líderes dos partidos políticos para discutirem propostas de medidas de combate à violência no País, como a redução da maioridade penal. Enquanto isso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva orientou os presidentes dos onze partidos do conselho de coalizão do governo a examinarem com "cautela" propostas de combate à criminalidade, segundo relato de participantes do encontro. Em reunião encerrada no começo da tarde, Lula disse que a morte trágica do menino João Hélio, de 6 anos, causou comoção nacional. Porém, segundo o presidente, "as coisas devem ser bem examinadas", recomendando aos parlamentares que não aprovem medidas levando em conta apenas a emoção. Lula, que sempre se posicionou contra a redução da maioridade penal, avaliou, durante a reunião, que a medida não tem eficácia. "Essa é uma questão que deve ser examinada com cautela. Não é o simples fato de reduzir a maioridade penal que vai reduzir a violência. Isso não inibe a violência". O presidente chegou a demonstrar preocupação com a situação de adolescentes de áreas de risco. "Medidas como esta (de reduzir a maioridade penal) desprotegem um pouco o adolescente", disse. Senado Uma das propostas que será discutida é a redução da maioridade penal, embora o próprio senador Renan Calheiros entenda que essa medida não teria efeito prático Segundo ele, na situação em que se encontra o País, o crime não é punido como deveria ser. "Hoje, no Brasil, infelizmente, o crime compensa. As pessoas matam porque contam com a enorme possibilidade de não lhes acontecer nada. Na hora em que isso acabar, vamos diminuir a criminalidade." Ele disse acreditar que o Senado fez a sua parte, ao aprovar, em 2006, um pacote de medidas de segurança pública logo depois da onda de atentados praticados em São Paulo, em maio, e atribuídos à organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). As medidas previstas nesse pacote até agora não foram votadas pela Câmara dos Deputados. Segundo Calheiros, é natural que o Congresso, "caixa de ressonância da sociedade", reaja a cada fato brutal que ocorre no País, como o assassinato do menino João Hélio. O senador disse não saber explicar por que esse tipo de assunto é "enterrado" depois que se reduz a comoção social.

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