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Seqüestrador quer criar cortina de fumaça, diz polícia

Polícia acredita que suspeito se inspirou em filme para pedir dois extintores; mulher e seus dois filhos são mantidos reféns por pelo menos 46 horas

Por Agencia Estado
Atualização:

A Policia Militar retomou às 9h50 desta terça-feira, 26, as negociações com o assaltante que mantém há pelo menos 46 horas uma mulher e seus dois filhos reféns no Jardim Novo Campos Eliseos, na periferia de Campinas. O homem armado voltou a pedir dois extintores de incêndio, repetindo a exigência que havia feito durante a negociação que ocorreu de madrugada. Segundo informou o comandante do Policiamento do Interior, coronel Eliziário Barbosa, o suspeito pediu novamente dois extintores. "Não sabemos o que ele pretende com esses extintores. Pode ser que pense em fazer uma cortina de fumaça." No inicio desta manhã, o major da PM Luciano Casagrande também cogitou a possibilidade de o suspeito ter planejado fazer uma cortina para agir contra policiais quando pediu os extintores, como no filme O negociador A polícia suspeita que o assaltante planeje utilizar a mesma técnica do criminoso com quem o personagem Scott Roper, interpretado por Eddie Murphy, negocia. No filme, exibido na último domingo 15, pela Globo, o assaltante troca de roupa com a refém e a libera logo em seguida. Ela acaba sendo confundida com o criminoso e é acertada com um tiro da polícia. A atendente Mara Sílvia Souza, de 30 anos, e os filhos Thiago, 7, e Victor, 10, estão detidos desde a última terça-feira na própria residência, depois de terem sido dominados pelo suspeito, que fugia de uma perseguição policial durante uma tentativa de assalto. Um dos filhos de Mara, Murilo, 3, foi libertado ainda na terça e passa bem. A PM propôs a troca dos extintores pela libertação dos meninos Thiago e Vítor. O suspeito ainda não respondeu à proposta. O coronel Barbosa não descartou a possibilidade do uso de atiradores de elite no desfecho do caso. "O Grupo de Ações Táticas e Estratégicas (Gate) veio preparado para começar a negociação e terminar como for necessário." A identidade do suspeito ainda não foi confirmada pela polícia. Segundo o major Casagrande uma possível irmã de Ivanildo, como o suspeito se identificou, foi encontrada, mas ainda não se sabe se ela está falando do mesmo homem que está dentro da casa. Hora a hora Terça-feira: 11h50 - O criminoso rouba um videogame em uma loja no bairro Campos Elísios, em Campinas, e foge a pé. Um policial que fazia bico como segurança do local inicia uma perseguição 12 horas - Na Rua Coronel Pompeu de Camargo, o ladrão troca tiros com o policial. Depois invade uma casa e pula 3 muros até chegar à residência de Mara Souza 12h10 - Ele encontra a dona da casa e a faz refém junto com seus três filhos, Murilo, Victor e Thiago, de 3, 7 e 10 anos, respectivamente 13 horas - A polícia inicia a negociação 16 horas - O criminoso aceita trocar Murilo, de 3 anos, por um colete à prova de balas 17h30 - Isnaldo Soares de Oliveira, pai das crianças, chega para acompanhar as negociações 20 horas - Chega apoio do Grupo de Operações Tática Especiais (Gate). Nesse momento são cerca de 60 policiais em volta da casa 20h30 - A polícia corta a energia elétrica e a da água da casa Quarta-feira: 5h30 - O bandido joga pela janela um radiocomunicador que havia sido entregue pela polícia 11h45 - O pai das crianças recebe uma ligação vinda do celular de Mara. O ladrão pedia cigarro. A polícia diz que atenderia em troca de outro refém. O criminoso nega e ainda pede um carro para fugir 13h30 - Oliveira recebe outra ligação. Mara diz que aceita sair da casa como escudo do assaltante em troca da libertação dos filhos. A polícia nega 17h30 - O criminoso pede outro colete à prova de balas para liberar mais um refém, mas depois voltou atrás Quinta-feira: 00h30 - Seqüestrador pede dois extintores durante a negociação mas desiste da idéia. Polícia acredita que ele possa fazer uma cortina de fumaça para fugir. 08h30 - Seqüestro já dura 44 horas e é o mais longo do Estado. 09h40 - Criminoso volta a pedir os extintores e polícia negocia a libertação das duas crianças em troca dos equipamentos. 10 horas - O seqüestrador não voltou a negociar.

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