Serra reforça articulação nos Estados

Bornhausen e Aloysio formam trio com Guerra; campanha intensifica contato com grupos religiosos e foca no eleitor que migrou para Marina

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Por Julia Duailibi e Ana Paula Scinocca
Atualização:

Na primeira reunião ampliada do segundo turno, o presidenciável do PSDB, José Serra, escalou uma trinca de aliados para reforçar a articulação política nos Estados. Também ficou definido que a campanha tucana intensificará o contato com grupos religiosos cristãos e focará no eleitor de classe média que migrou, na primeira fase da eleição, para Marina Silva (PV).Num encontro no comitê do PSDB, em São Paulo, Serra convidou o presidente de honra do DEM, Jorge Bornhausen, para formar um trio com o senador eleito por São Paulo, Aloysio Nunes Ferreira, e com o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), atual coordenador político da campanha. No primeiro turno, a função ficou exclusivamente nas mãos de Guerra, o que sobrecarregou o senador e levantou críticas de aliados que não se sentiram contemplados."A ideia é somar e não tirar o lugar de ninguém. Cada um terá uma função. Vamos dividir o trabalho", disse Bornhausen. Ele contou que hoje, após o evento de campanha em Brasília que dará partida ao segundo turno, ele, Aloysio e Guerra vão ajustar as linhas de trabalho de cada um.Na véspera do encontro no comitê, um núcleo menor de aliados de Serra se encontrou no Palácio dos Bandeirantes para jantar e definir as linhas gerais do segundo turno. Participaram o governador Alberto Goldman (PSDB) e o prefeito Gilberto Kassab (DEM), entre outros.O governador eleito por São Paulo, Geraldo Alckmin, também entrará na costura política. Ontem, ele conversou com Marina Silva e defendeu a parceria com o PV no Estado. Questionado sobre a participação dos verdes em seu futuro governo, disse: "Isso só em novembro." Alckmin também entrou em contato com aliados em oito Estados como Piauí, Acre, Santa Catarina e Pará. Ele defende uma investida principalmente nos locais em que Serra perdeu.O comando da campanha também articula a maior aproximação com os grupos religiosos, principalmente entre os evangélicos e carismáticos - os votos desses setores em Marina foram decisivos para empurrar a disputa para o segundo turno. O PSDB quer evitar que a campanha petista consiga reverter a tendência de queda entre esses segmentos.O presidente do PTB paulista, Campos Machado, disse que organizará um encontro religioso em São Paulo para cerca de 3 mil pessoas. "Temos contatos com 30 templos evangélicos. Será uma campanha do bem contra o mal", declarou o líder petebista.Questionado sobre o assunto, o presidenciável se esquivou. "Não houve uma articulação específica sobre isso. Mas se tivesse eu também não falaria."De acordo com participantes da reunião de ontem, Serra passará a partir de agora a receber representantes de vários Estados, o que aconteceu com pouca frequência no primeiro turno. Ontem conversou com políticos de Santa Catarina, do Rio Grande do Sul e do Rio Grande do Norte, neste caso, por telefone.Bornhausen disse que o presidenciável pediu empenho do governador eleito de Santa Catarina, Raimundo Colombo (DEM), e dos senadores eleitos pelo Estado, Paulo Bauer (PSDB) e Luiz Henrique (PMDB).No encontro ficou acertada a ida de Serra ao Estado no próximo sábado. O tucano venceu a eleição em Santa Catarina com vantagem de 200 mil votos em relação a Dilma Rousseff (PT). A meta agora é fazer frente de pelo menos 1 milhão de votos.SomaJORGE BORNHAUSENPRESIDENTE DE HONRA DO DEM"A ideia é somar e não tirar o lugar de ninguém. Cada um terá uma função"CAMPOS MACHADOPRESIDENTE DO PTB PAULISTA"Temos contatos com 30 templos evangélicos"

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