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STJ pede dados ao Supremo sobre Operação Hurricane

Ministro do Judiciário Paulo Medina é um dos investigados na operação da PF

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Raphael de Barros Monteiro, pediu nesta quinta-feira, 19, ao ministro Cezar Peluso, do Supremo Tribunal Federal (STF), que forneça informações sobre a Operação Hurricane (furacão, em inglês), deflagrada pela Polícia Federal. O ministro Paulo Medina, do STJ, é um dos investigados pela PF, que prendeu 25 pessoas na sexta-feira, 13. Monteiro pretende analisar as informações para tomar providências. "Diante do noticiário que vem sendo veiculado na mídia, envolvendo membro desta Corte e com vistas a um posicionamento por parte do tribunal, solicito de Vossa Excelência informações e elementos referentes ao Inquérito n. 2424/STF", afirmou Monteiro no ofício enviado a Peluso. Segundo reportagem do Estado desta quinta, a máfia dos caça-níqueis, investigada na operação, queria estender sua influência no Judiciário até mesmo à presidente STF, Ellen Gracie. Os documentos do inquérito da PF incluem indícios de que o advogado Virgílio Medina, irmão do ministro Paulo Medina, teria funcionado como uma espécie de coordenador da tentativa de influenciar Ellen Gracie. Virgílio Medina chegou a apresentar-se como intermediário da presidente do Supremo para os integrantes da máfia. A assessoria da ministra informou que ela não vai comentar a suposta manobra do advogado porque o processo corre em segredo de Justiça. Conversas telefônicas gravadas pela Polícia Federal com autorização da Justiça indicam que decisões de Ellen Gracie à frente do STF acabaram desagradando aos empresários dos bingos e juízes que participavam da máfia. Nas gravações, que integram o inquérito que deu origem à Operação Hurricane, Virgílio e o empresário Jaime Garcia discutiriam uma maneira de se aproximar de Ellen Gracie.

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