SÃO PAULO - Foi decretada a prisão temporária contra o suspeito de ter efetuado o disparo que matou o cabo do Batalhão de Choque da Polícia Militar Rodrigo Alves Cavalcante, de 33 anos, na Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro. De acordo com a Divisão de Homicídios, a Justiça expediu o mandado de prisão temporária por 30 dias contra Edilson Tenório de Araújo, 42 anos, na madrugada desta sexta-feira, 6.
O suspeito foi identificado após agentes encontrarem um documento próximo ao local do crime. Peritos da DH também localizaram numa mochila munição calibre 9mm compatíveis com o mesmo calibre que atingiu o PM.
Cavalcante foi baleado na madrugada de quarta-feira, 4, enquanto fazia patrulhamento a pé com outros agentes na comunidade da Rocinha. Ele chegou a ser levado por colegas para o Hospital Miguel Couto, na Gávea, mas não resistiu. O PM foi enterrado nesta quinta-feira, 5, no cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na zona oeste da cidade.
Operação. Depois do assassinato de Cavalcante, 150 homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do Batalhão de Choque fizeram uma operação na favela para prender Araújo.
O cabo foi a 9ª vítima da onda de violência que há 50 dias atinge a Rocinha, ocupada desde novembro por forças de pacificação. O secretario estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, disse que não vai recuar na ocupação da Rocinha. "Ninguém aqui vai trabalhar com gosto de sangue na boca. Existe um planejamento para a Rocinha, que ainda está na primeira fase da pacificação. Não temos uma vitória absoluta, ela está sendo construída". Beltrame também descartou a possibilidade de pedir ajuda ao Exército.