PUBLICIDADE

'Também sou uma das vítimas', diz réu no caso da Boate Kiss

Luciano Bonilha Leão, produtor da banda Gurizada Fandangueira, afirmou que não tinha noção do perigo do sinalizador

Por Lucas Azevedo
Atualização:
242 pessoas morreram no incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria Foto: GERMANO RORATO/Agência RBS

PORTO ALEGRE - O ex-integrante da Banda Gurizada Fandangueira, Luciano Bonilha Leão, réu no processo criminal sobre a tragédia da Boate Kiss, prestou depoimento na tarde desta quarta-feira, 25, em Santa Maria (RS). "Eu também sou uma das vítimas. Fui arrastado lá de dentro e ajudei a tirar pessoas da boate", disse Bonilha ao juiz Ulysses Fonseca Louzada, no Salão do Tribunal do Júri de Santa Maria.

PUBLICIDADE

O produtor foi quem entregou ao vocalista Marcelo de Jesus dos Santos o artefato pirotécnico que deu início ao incêndio na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013, que matou 242 pessoas e feriu outras 630.

Este é o segundo depoimento dos réus do processo criminal. Nessa terça-feira foi a vez de Santos: "Vejo a dor de todo mundo aqui e gostaria de pedir perdão, se eu fiz alguma coisa errada. Nunca imaginei que poderia acontecer isso na minha vida", declarou o ex-vocalista.

Leão afirmou que não tinha noção do perigo que o sinalizador oferecia e que não possuía conhecimento de como utilizá-lo corretamente. O ex-produtor também fez críticas à boate, que, segundo ele, estava com a porta de saída fechada durante o tumulto. O réu se calou ao fim das respostas ao juiz. Auxiliado por seu advogado, ele se manteve calado durante a explanação da acusação.

No dia 1º de dezembro, Elissandro Spohr, um dos sócios da Kiss, presta depoimento. Já no dia 3, Mauro Hoffmann, o outro proprietário da boate, depõe no Fórum Central de Porto Alegre.

Os quatro réus são acusados de homicídio qualificado pelo motivo torpe e emprego de fogo, asfixia ou outro meio insidioso ou cruel que possa resultar perigo comum (242 vezes consumado e 636 vezes tentado). Após os interrogatórios, será aberto prazo para que a acusação e as defesas apresentem por escrito suas alegações finais, antes de o juiz decidir se os réus vão a júri popular.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.