TCU falhou na fiscalização de obras em aeroportos, diz Infraero

Para presidente da estatal, falta de conhecimento levou à indicação de superfaturamento 'inexistente' das obras

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Por Pedro Dantas
Atualização:

O presidente da Infraero, Sérgio Gaudenzi, afirmou nesta segunda-feira, 11, que a falta de conhecimento dos auditores técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o setor aéreo provocou falhas nos relatórios da Corte, que apontaram um superfaturamento de pelo menos R$ 3 bilhões nas obras de reforma e ampliação nos nove principais aeroportos do País. Veja também: Cabral defende que Galeão seja passado à iniciativa privada Anac: vôos registram menor nível de atraso em 15 meses "O TCU não tem referência de preços para aviação e utiliza referenciais de outras áreas. Evidente que o concreto usado na construção de um conjunto habitacional ou o asfalto utilizado em uma estrada é diferente do material empregado nas pistas dos aeroportos onde aterrissam aviões pesando dezenas de toneladas. Nosso material é muito mais caro", disse. De acordo com o presidente da estatal, a solução seria o TCU adotar como referência os preços praticados nos países vizinhos. Gaudenzi, que classificou a fiscalização do TCU como "percalço", disse que o temor pelo embargo de obras e licitações faz com que muitas vezes a estatal pratique preços nas concorrências que não atraem empresas. "A Infraero é presa por ter e por não ter cachorro. Se colocamos um preço alto, o TCU nos acusa de sobrepreço. Se colocamos um preço baixo, as empresas não se interessam por concorrer pela licitação e alegam que não é possível realizar a obra por aquele valor", declarou Gaudenzi.

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