Testemunha incluída em programa de proteção sofre atentado em Minas

Homem é testemunha contra atuação de milícias na zona norte do Rio

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Por Tiago Rogero e Pedro Dantas
Atualização:

RIO - Um homem que figura como testemunha contra a atuação de milícias em Campo Grande, na zona oeste do Rio, foi localizado por criminosos e sofreu um atentado na terça-feira à noite em Lima Duarte, em Minas Gerais, onde estaria escondido com a família. Os criminosos teriam atirado contra Vicente da Silva Júnior, incluído no programa de proteção à testemunha, que conseguiu escapar. A esposa dele, no entanto, foi espancada.

 

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Vicente delatou criminosos responsáveis pela morte de sete pessoas na favela do Barbante, em Campo Grande, em agosto de 2008. Paramilitares se identificaram como traficantes e mataram os moradores como forma de intimidação. O ex-PM Luciano Guinâncio Guimarães foi preso por comandar o ataque. Ele é filho do ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, também preso por envolvimento com milícias.

 

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio, deputado Marcelo Freixo (Psol), vai enviar um ofício à Secretaria Nacional de Direitos Humanos (SNDH) em busca de informações sobre o atentado.

 

Sem evidências. Em nota, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) informou que o casal incluído no Provita - programa federal de proteção a testemunha - já foi retirado da cidade de Lima Duarte, na Zona da Mata de Minas Gerais "por motivo de segurança".

 

No entanto, a SDH/PR divulgou que "não há evidências de uma tentativa de assassinato e o fato ainda está sendo investigado" e que "até hoje não há registro de atentados contra pessoas incluídas no Provita". O Ministério Público do Rio, que gerencia o programa mo estado, também informou que não há evidências de que tenha ocorrido um atentado.

 

Texto atualizado às 18h20.

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