PUBLICIDADE

Testemunhas mentiram sobre caso de esquartejamento de crianças

Justiça concedeu liberdade provisória a cinco suspeitos de envolvimento em suposto ritual satânico no Rio Grande do Sul

Por Luciano Nagel
Atualização:

PORTO ALEGRE - A Justiça concedeu nesta quarta-feira, 7, liberdade provisória aos cinco suspeitos presos no caso do suposto ritual satânico envolvendo o esquartejamento de duas crianças em Novo Hamburgo, na região do Vale dos Sinos, no Rio Grande do Sul. A decisão da juíza Angela Roberta Paps Duquerque, da Vara do Júri da Comarca de Novo Hamburgo, ainda revogou os pedidos de prisão preventiva a outras duas pessoas que eram consideradas foragidas.

Ritual satânico teria acontecido em um templo no Vale dos Sinos Foto: Polícia Civil

+++ Sete suspeitos de esquartejamento de crianças no RS têm prisão decretada

PUBLICIDADE

O pedido de soltura havia sido feito pelo delegado titular do inquérito, Rogério Baggio, com parecer favorável do Ministério Público.

+++ Vítimas esquartejadas no RS são duas crianças, afirma polícia

"O fato é que a partir de agora a investigação toda volta ao zero. O que nós tínhamos até aquele momento é uma farsa. As testemunhas que fizeram aqueles depoimentos mentiram e mentiram com riquezas de detalhes", afirmou o delegado. "Eu, em nome da Polícia Civil, a partir que tive conhecimento dos fatos, imediatamente, fiz um pedido de liberdade."

+++ Morre Charles Manson, um dos assassinos mais conhecidos dos EUA

De acordo com Baggio, o primeiro depoimento seria de uma testemunha que afirmou ter presenciado parte do ritual satânico em um templo localizado em Morungava, área rural do município de Gravataí.

Publicidade

"Ela afirmou que havia esquecido o casaco no local e retornou ao templo. Essa pessoa reconheceu sete dos envolvidos, supostamente criminosos, e hoje já se sabe que são inocentes", explicou.

Segundo o delegado, a testemunha que deu depoimento com riqueza de detalhes foi induzida por moradia, proteção policial e salário do Programa Estadual de Proteção, Auxílio e Assistência de Testemunhas Ameaçadas (Protege).

Na manhã desta quarta, agentes da Polícia Civil prenderam em São Leopoldo outra pessoa suspeita de ter ligação com o caso. Conforme Baggio, o detido será peça fundamental que poderá ajudar a esclarecer os motivos do crime, pois ele teria orientado o próprio filho a mentir em depoimento à polícia, para corroborar com a sua versão.

Já a terceira testemunha também teria relação próxima ao preso desta manhã. Todas as testemunhas que mentiram serão indiciadas por denunciação caluniosa.

O delegado Baggio ressaltou ainda não saber oficialmente a nacionalidade das crianças esquartejadas. No inquérito, havia a hipótese de que as crianças fossem argentinas.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.