Traficantes estocam droga na Bolívia para vender na Olimpíada

Coronel disse que Comando Vermelho está infiltrado no país; foram detectadas mais de 200 pistas clandestinas em povoados bolivianos

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:
Droga apreendida em Santa Cruz. Cidade se tornou rota do tráfico Foto: REUTERS/Carlos Hugo Vaca

Máfias de traficantes estocam droga na Bolívia para contrabandeá-la no Brasil no próximo ano,em que serão realizados os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro. A informação é de um chefe policial boliviano, que também confirmou a presença no país de emissários da facção brasileira Comando Vermelho.

PUBLICIDADE

Os traficantes "estão coletando (droga) para o próximo ano, para a Olimpíada, que devem chegar pelo Peru", declarou o coronel Santiago Delgadillo, diretor nacional da Força Especial de Luta Contra o Narcotráfico (FELCN).

Delgadillo disse que "um dos sintomas deste movimento ilegal" é que foi detectada a existência de mais de 200 pistas clandestinas em povoados bolivianos que fazem fronteira com o Brasil e o Peru. A última foi destruída na sexta passada em Santa Cruz (leste do país), disse.

Ele afirmou ainda que durante este ano a FELCN apreendeu 33 aviões a serviço do narcotráfico.

O ministro de Governo (Interior), Carlos Romero, informou que na terça passada foi realizada uma operação policial em Santa Cruz, que também faz fronteira com o Paraguai, abatendo a tiros um brasileiro ligado ao Comando Vermelho.

Na intervenção - em que um paraguaio também foi detido - a polícia surpreendeu a dupla enquanto ocupava um avião carregado com 300 quilos de cocaína, a ponto de decolar.

Em meio ao tiroteio, o avião, com matrícula brasileira, se incendiou e a carga de cocaína se queimou, disse Romero.

Publicidade

Santa Cruz se tornou um ponto de fabricação e transporte da droga em direção ao Brasil e ao Paraguai. A Bolívia é, atrás de Colômbia e Peru, um dos principais produtores de folhas de coca e cocaína.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.