Três agiotas que agiriam em parceira com milícia são presos no Rio

Milícias seriam responsáveis pelos valores emprestados e ameaçavam devedores

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Por Tiago Rogero
Atualização:

RIO - Três agiotas que seriam ligados a milicianos foram presos na manhã desta terça-feira, 5, por agentes da Delegacia de Repressão aos Crimes Organizados (Draco), da Polícia Civil do Rio. O grupo, segundo a Secretaria de Estado de Segurança (Seseg), atuava no centro da cidade e as vítimas, em geral, eram trabalhadores endividados da zona oeste e Baixada Fluminense.

 

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De acordo com a Seseg, grupos paramilitares seriam os responsáveis pelo financiamento dos valores utilizados nos empréstimos. Além disso, os milicianos "garantiam" ameaças e retaliações contra os devedores, e receberiam em troca parte dos "lucros obtidos com os juros extorsivos aplicados pelos agiotas".

 

Edmilson Vieira Fernandes, de 33 anos, Roberto Pinto Melo, de 59 anos, e Paulo Bianchine Neto, de 21 anos, vão responder pelos crimes de usura, uso de entorpecentes, extorsão e quadrilha armada. Com eles, foram apreendidos cerca de R$ 4.000, além de notas promissórias, blocos com dados pessoais das vítimas que pegariam os empréstimos e cópias de documentos destas pessoas.

 

Ainda de acordo com a Seseg, o grupo fazia propagandas de "empréstimo fácil" nas ruas de diversos bairros no Rio de Janeiro. A taxa de juros variava entre 35% e 45% ao mês. "É importante ressaltar que os agiotas não possuíam qualquer autorização ou alvará para funcionamento, tampouco para a realização de serviços de natureza financeira", informou a Seseg.

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