Tripoli se apresenta para disputa à Prefeitura de SP

PUBLICIDADE

Por Daniel Bramatti
Atualização:

No momento em que o PSDB começa a avaliar a realização de prévias com os filiados para escolher o candidato à Prefeitura de São Paulo em 2012, o deputado federal Ricardo Tripoli é o primeiro tucano a lançar-se oficialmente na disputa.Hoje, em um evento no diretório municipal, Tripoli entregará ao partido cerca de 200 assinaturas de delegados que apoiam sua intenção de concorrer à sucessão do prefeito Gilberto Kassab.Embora ainda não tenham se manifestado formalmente, também estão no páreo os secretários estaduais do Meio Ambiente, Bruno Covas, da Energia, José Aníbal, e da Cultura, Andrea Matarazzo, que deve se apresentar à disputa nesta semana. Além deles, o ex-presidenciável José Serra é apontado como potencial candidato, apesar de negar que pretenda concorrer.Tripoli pretende dar a seu lançamento o caráter de uma manifestação das bases tucanas. Segundo ele, o PSDB precisa dar uma mostra de que pratica a democracia. "Está na hora de acabar com isso de três ou quatro pessoas se reunirem escolherem um candidato."O mesmo discurso é adotado pelo presidente municipal do PSDB, Julio Semeghini. "A única forma de não enfrentarmos desgastes é ouvir as bases e dar representatividade a elas", disse ao Estado, fazendo uma referência indireta aos episódios de 2008, quando o PSDB se dividiu entre lançar Geraldo Alckmin e apoiar a reeleição de Kassab.Para Semeghini, o lançamento de Tripoli reforça a necessidade de se optar pela realização de prévias, modalidade que ampliaria de cerca de 1,5 mil para mais de 10 mil filiados o universo de tucanos com influência na definição do candidato.Caciques. Antes de coletar assinaturas em apoio à sua candidatura, Tripoli procurou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o governador Geraldo Alckmin e Serra. Dos três, segundo seu relato, ouviu palavras de encorajamento. Serra teria dito que não pretende concorrer.O passo seguinte foi procurar tucanos com direito a voto na convenção municipal do partido. A coleta de assinaturas foi a forma encontrada para "despersonalizar" a candidatura."Lá adiante, se alguém disser que eu terei de retirar a candidatura, a decisão não será só minha, mas de todos os que me apoiam", explicou Tripoli.A frase revela a preocupação com uma articulação que, eventualmente, imponha Serra ou outro nome como candidato.Segundo Semeghini, a decisão "não pode ser só de algumas pessoas", pois isso gera "muita insegurança em todos os que concorrem internamente". "Sempre disse que o partido precisa se preparar para prévias. Se o Serra quiser ser candidato, pode participar das prévias e ser o vencedor."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.