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Uma viagem providencial

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O ministro da Defesa, Nelson Jobim, embarcou ontem à noite para uma viagem de dez dias à Europa. Vai à Inglaterra e à França para cumprir uma agenda técnica. Em Londres, Jobim vai se reunir duas vezes com Liam Fox, o secretário de Defesa do Reino Unido, e assistirá a demonstrações de equipamentos de segurança e inteligência projetados para os Jogos Olímpicos de 2012. Na base naval de Portsmouth, o ministro visita fragatas, corvetas e navios de patrulha oceânica que o governo e os estaleiros britânicos querem fornecer à Marinha do Brasil.Em Marselha, Nelson Jobim fará uma apresentação na sessão especial de um seminário internacional sobre economia e segurança. Até ontem, o nome do ministro não estava no programa do evento. Ele deve ser recebido pelo ministro francês da Defesa, Alain Juppé. A França é o principal parceiro do Brasil em programas militares de alta tecnologia.A viagem de dez dias vai reduzir os danos da crise iniciada com o discurso de quinta-feira, na homenagem ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Ainda ontem, entre os comandos militares, a leitura das consequências do episódio era a de que Jobim só deixa o ministério se quiser. Respeitado na tropa e dono de um notável saldo positivo pela capacidade de articulação política e de gestão dos recursos destinados a reorganizar, reequipar e reposicionar as Forças Armadas, o ministro é uma solução, mais que um problema, para a presidente Dilma Rousseff. Nelson Jobim talvez contemple planos políticos pessoais. Indagado sobre isso, costumar ter uma sacada bem-humorada: "Primeiro é preciso saber o que pensa a dona Adrienne". Adrienne Senna é a sua mulher. Que, nessas ocasiões, nunca está por perto para responder.

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